O governador
Camilo Santana (PT) afirmou ontem que não haverá anistia para os policiais
militares que paralisaram atividades e seguem amotinados em batalhões e
quartéis pelo Estado desde a última terça-feira, 18. "Anistia de quem
fizer motim é inegociável", declarou. O governador defende que não haverá
acordo com aqueles que agem mascarados e cometendo crimes.
Ontem
à tarde (21/02) Camilo divulgou vídeo nas redes sociais no qual aparece visitando
quartéis da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e delegacias da Polícia
Civil para agradecer pelo trabalho dos profissionais que seguem na ativa. Aos
bombeiros, Camilo disse: "Vocês me conhecem e sabem que eu sou um homem de
diálogo. Eu aceitei as propostas das instituições que representam os senhores e
as senhoras e mandei a lei para a Assembleia. Não se justifica o que alguns
estão fazendo no Ceará neste momento".
O
governador também agradeceu aos policiais civis pelo trabalho feito ao longo
dos anos, e principalmente, nos últimos dias com patrulhamento nas ruas. O
petista pediu que continuassem a cumprir o "dever constitucional" de
garantir a segurança da sociedade.
Camilo
reiterou que agentes que estão participando dos motins não representam a
Polícia e suas atitudes não refletem o pensamento da maioria. "Temos uma
tropa formada por homens e mulheres de bem, e que terão sempre meu apoio e
confiança. Reforço que aqueles que decidiram pelo caminho da ilegalidade serão
submetidos ao rigor da Justiça e da lei", escreveu nas redes sociais, salientando
que, assim como o povo cearense, confia na Polícia Militar do Ceará. "O
que eu puder fazer, enquanto governador, para valorizar a minha tropa, a nossa
tropa, a gloriosa Polícia Militar, eu farei", pontuou.
Policiais
que participam da paralisação tratam a anistia como uma das pautas principais
do movimento, mas o governo diz que o último acordo firmado com representantes
da categoria foi o limite da negociação. Uma deles, o deputado estadual Soldado
Noelio (Pros) declarou que os policiais desejam dialogar com o governador sobre
demandas da tropa. O parlamentar reforçou que apenas Camilo pode resolver a
crise. Antes do início dos protestos, o Ministério Público havia recomendado
que os comandos dos órgãos de segurança pública alertassem seus agentes sobre
eventuais punições.
A
proposta do governo do Estado é aumentar de R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, o
salário de soldados da Polícia Militar, gradativamente, até 2022. Em meio ao
motim de agentes de segurança pública o Ceará registrou 51 assassinatos, em
dois dias. 29 deles na quarta-feira e outros 22 na última quinta-feira. Média
superior a um por hora. Em janeiro, o Estado teve média diária de oito
homicídios.
Com
informações portal O Povo Online
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