Bolsonaro diz que espera de Camilo solução para problema com a PM

Bolsonaro usou a camisa de uma torcida do Fortaleza na transmissão de ontem (Foto: Facebook/Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se dirigiu diretamente ao governador Camilo Santana (PT) ao comentar, durante transmissão ao vivo pelo Facebook, sobre a situação da paralisação da Polícia Militar do Ceará. O presidente afirmou que a questão precisa ser resolvida pelo governador, pois a vigência da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) emitida por ele não seria eterna.

"O governador do Ceará, o senhor Camilo, que entrou em contato conosco, pediu GLO, foi atendido por oito dias. Que resolva esse problema, que é do seu Estado, tá certo? Isso é melhor para todo mundo. Negocie com sua Polícia Militar e chegue a um bom termo nesta questão. Estamos torcendo para isso, que a GLO minha não é ad aeternum (termo em latim que significa "para sempre"). No passado era, com outro presidente, comigo não é", afirmou Bolsonaro.

A fala do presidente ocorreu um dia após Camilo solicitar a prorrogação da atuação das forças armadas no Ceará. Em vigência desde a última sexta-feira, 21, a atuação dos militares está prevista para ser encerrada hoje, caso não seja renovada. O governador não havia se manifestado oficialmente até o fechamento desta página.

Além disso, o presidente reconheceu os esforços de Camilo diante das negociações com os policiais amotinados, mas cobrou mais esforços do governador. "A gente espera que o governador se empenhe o máximo possível para buscar uma solução para esse caso, de modo que os policiais possam voltar a cumprir seu trabalho normalmente", disse Bolsonaro. Apesar de adotar um tom de quem não deseja prorrogar a vigência da GLO, Bolsonaro não confirmou se iria negar o pedido do governador ou se iria ampliar o período de instalação do dispositivo.

Durante a transmissão ao vivo da noite de ontem, Bolsonaro aproveitou para voltar a pedir apoio de governadores e do Congresso na aprovação do projeto de lei que flexibiliza o conceito de excludente de ilicitude para agentes de segurança durante operações desse tipo. 

"O que eu pretendo do Parlamento brasileiro, para eu poder ter tranquilidade para assinar GLO, porque nesse momento eu não tenho tranquilidade, nós queremos atender os governadores, mas os governadores têm que ter ciência de que precisam nos apoiar para que o Parlamento vote o excludente de ilicitude."

Mais cedo, durante a manhã, o presidente esteve reunido com os ministros Fernando Azevedo (Defesa), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) justamente para discutir a renovação da GLO. "A GLO está em vigor até amanhã (hoje). O presidente não decidiu ainda (sobre a prorrogação)", disse Fernando Azevedo.

Na última segunda-feira, 24, Azevedo e Moro estiveram em Fortaleza em comitiva formada ainda pelo advogado-geral da União, André Mendonça. Eles estiveram reunidos com diversas autoridades locais, militares, policiais rodoviários federais e a Força Nacional de Segurança Pública para acompanhar o andamento da Operação Mandacaru.

Em nota divulgada ontem pela 10ª Região Militar, a Operação Mandacaru informou que estava sendo preparado um esquema especial de segurança para o jogo entre Fortaleza x Independiente, na noite desta quinta-feira, no Castelão, pela Copa Sul-Americana.

Sem revelar números atualizados, a operação destacou a redução de homicídios em comparação ao dia em que foi iniciada a GLO e ampliação das ações para o Interior, em cidades do Cariri como Crato e Juazeiro do Norte.

Com informações portal O Povo Online

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