O secretário
de tecnologia da informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe
Janino, admitiu ontem que a Corte trabalha com um "plano B" em caso
de fracasso da licitação milionária para compra de novas urnas eletrônicas. De
acordo com Janino, o TSE possui um plano de contingenciamento que prevê
inclusive a possibilidade de nenhuma nova urna ser adquirida neste ano.
Na
prática, se esse cenário se confirmar, a Justiça Eleitoral teria de reduzir o
número de seções eleitorais e aumentar o número de eleitores que utilizam cada
urna reaproveitada das últimas eleições. Ou seja, mais gente teria de votar em
cada equipamento eletrônico, o que pode provocar filas nas eleições municipais
deste ano, entre outubro e novembro.
"Temos
de trabalhar com todas as hipóteses, então sempre consideramos a pior delas
para o desenvolvimento de um plano de contingência. Vamos fazer toda uma
estratégia de que, apesar disso, não tenha prejuízo para o eleitor, não haja
filas", disse Janino a jornalistas, depois da sessão extraordinária
convocada às pressas pela presidente do TSE, ministra Rosa Weber, durante as
férias dos magistrados.
A
estratégia de otimização é utilizar o máximo de cada equipamento e colocar o
máximo possível de eleitores em cada urna. "A ideia é de fazer essa
adequação no âmbito de local de votação. Tem a escola A, por exemplo. Dentro
dessa escola, vamos redistribuir os eleitores, desativando algumas seções,
distribuindo eleitores em outras seções para que cada uma delas tenha o máximo
de eleitores possíveis para votação."
Por
unanimidade, o TSE decidiu ontem dar uma nova chance para que as duas empresas
concorrentes da licitação para a compra das novas urnas eletrônicas a serem
utilizadas na campanha municipal de 2020 corrijam falhas apresentadas até aqui.
As duas empresas que se inscreveram no certame - a Positivo e um consórcio
formado pela Smartmatic e Diebold - já foram desclassificadas por não atenderem
aos requisitos técnicos exigidos. Ambas ganharam um prazo extra de oito dias
para corrigirem as falhas e apresentarem um novo modelo a ser testado pelo
tribunal.
A
licitação previa originalmente a aquisição de até 180 mil novas urnas, com um
teto de gastos estimado em R$ 696,5 milhões. Em resposta enviada à reportagem
na última segunda-feira, 6, o tribunal havia informado que esperava comprar 100
mil novos equipamentos. Agora, o TSE trabalha com um cenário de 60 mil urnas,
informou Janino.
Segundo
ele, o fato de a campanha de 2020 girar em torno da disputa municipal facilita
a implantação desse "plano B". Isso porque, desta vez, eleitores
escolherão apenas dois candidatos — um vereador e um prefeito —, com tempo de
votação inferior ao das eleições gerais, quando os brasileiros elegem até seis
nomes — deputado estadual, deputado federal, senador (um ou dois, dependendo do
pleito), governador e presidente da República.
Com
informações portal O Povo Online
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