O ano ser de chuva ou de seca define bastante sobre a política nas cidades pequenas como Altaneira (Foto: arquivo do BA) |
O prognóstico
da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) trouxe uma
das melhores notícias que os cearenses podem receber: a maior probabilidade é
de as chuvas ficarem acima da média. Não é uma garantia. É uma possibilidade
maior. O cenário traz esperança. O que isso tem a ver com política? Muita
coisa.
O
ano ser de chuva ou de seca define bastante sobre a economia rural. Sobre
qualidade de vida da população. Quem é de Fortaleza não sente esse impacto há mais
de duas décadas e meia. Mas, muitos municípios, mesmo após os recentes anos com
chuvas em torno da média histórica, seguem em racionamento de água. Localidades
são atendidas por carros-pipa.
Pergunta
para os prefeitos, que enfrentarão campanhas, como candidatos ou apoiadores
este ano, se faz diferença na eleição chover ou não chover. Ninguém que viva no
sertão, mesmo que faça política, é capaz de torcer para não chover. Ano de boas
precipitações deve ser celebrado. Para quem está na gestão e vai para a
eleição, é celebrado duas vezes.
Não
que as pessoas votem ou deixem de votar no candidato porque choveu ou não
choveu. Ocorre que a estiagem afeta a vida das pessoas. Do ponto de vista
racional, elas cobram soluções. Inconscientemente, pessoas mais felizes tendem
à continuidade. Quando se está infeliz, a tendência é querer mudança.
Nas
prefeituras do Interior, o impacto é colossal. Interfere também no governo
Camilo Santana (PT). O governador iniciou o mandato no meio de uma das mais
terríveis estiagens da história, mas teve a sorte de ir para a reeleição num
cenário hídrico menos crítico. As chuvas voltaram a se aproximar da média
histórica quando já havia muitos técnicos da área hídrica que defendiam
racionamento na Capital. Estudos foram levados ao governador. O Estado colocou
em vigor uma tarifa de contingência que encareceu a conta de quem consome mais
água. Ela ainda está em vigor.
A
última vez que a população fortalezense racionou água foi na primeira metade da
década de 90. Alguém duvida que semelhante medida teria muito impacto se
precisa ser adotada num ano de eleição municipal? Se desgastaria o governador?
Se afetaria o candidato apoiado pelo governador?
Claro
que chuva é importante por muito mais que isso. Mas, esta coluna é de política
e os efeitos dela ou da falta dela numa eleição são igualmente reais.
Com
informações portal O Povo Online
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