Secretário usou estrutura pública do governo brasileiro para propagar ideias do nazismo (Foto:Reprodução/Twitter) |
Brasil
convive com absurdos recorrentemente. Apologia a torturadores, atentados políticos,
ofensas gratuitas por divergências de pensamento. Até vítima de assassinato
pela ditadura militar foi alvo, a pretexto de criticar o filho. A violência
física e discursiva tornou-se instrumento da batalha ideológica travada no
Brasil. O nazismo foi a experiência-limite da história humana, cruzou a
fronteira conhecida do terror.
Parece
estar sendo testado no Brasil, a todo instante, qual o limite do aceitável. Até
onde será tolerado se ir. Quando haverá um absurdo grande demais para não ser
aceito. Coube a Roberto Alvim encontrar esse ponto.
A
estrutura pública do governo brasileiro foi usada para propagar ideias do
nazismo.
O
ano é 2020. É uma monumental vergonha.
Os
absurdos dão sensação de dormência. São recebidos como bizarro. Espantam da
primeira vez, viram meme na sequência. Logo as pessoas estão rindo.
Precisamos,
com maturidade e sem proselitismo partidário, debruçarmo-nos seriamente sobre o
rumo que o Brasil toma. É uma empreitada urgente para todos que acreditam na
liberdade, no respeito e repudiam o totalitarismo.
Todo
governo tem crise, mas a maioria delas ocorre quando se tenta chegar a algum
lugar. Tem governo que entra em crise ao propor medidas impopulares para cortar
despesas, por exemplo. Outros, para se fortalecer. Para viabilizar iniciativas
que agradam a uns e desagradam a outros. E, claro, há os governos que mergulham
em crises porque desviam recursos. Tem coisas certas e erradas, mas em todos dá
para entender onde pretendem chegar. Dá para perceber o que eles pretendiam,
ainda que o resultado tenha sido a crise.
O
governo Jair Bolsonaro inova ao criar uma crise sem qualquer propósito. Não tem
rigorosamente nada a ganhar. Surge do nada a troco de nada. Claro, pode-se
argumentar que Roberto Alvim expressou seus pensamentos mais íntimos. É
possível. Ainda assim, não é boa razão para provocar uma hecatombe desse
tamanho.
O
ato de Alvim tem relação direta com a "guerra cultural" que encampa a
ala ideológica do governo. O propósito é transformar as mentes dos brasileiros.
Um projeto de longuíssimo prazo, muito além dos propósitos do governo. Um
programa ideológico para o Estado brasileiro. Só assim o ato deixa de ser a
fabricação de uma crise absurda e se encaixa em um assustador e delirante
projeto de longo prazo.
O
destino de Alvim
Roberto
Alvim é defenestrado do governo. Perde o cargo a partir do qual pretendia
iniciar sua guerra cultural contra a hegemonia de esquerda nas artes. O que
será dele?
Ficará
relegado ao lixo da história, reduzido à insignificância e marcado como
simpatizante de nazista?
Ou
seguirá relevante, influente nas redes sociais? Quem sabe, estourando de voto
em eleição vindoura?
O
Brasil perante o mundo
Vinculação
ao nazismo é o mais baixo que se pode ir no mundo civilizado? O que há abaixo
disso? A reação ecoa internacionalmente. Perante o mundo, o Brasil se apresenta
como uma caricatura, como o grotesco.
Com
informações portal O Povo Online
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