De golden shower a criança petista: os posts polêmicos de Bolsonaro em 2019

No Twitter o presidente taxou de petista criança que não queria aparecer em foto com ele (Foto: reprodução)

Ao adotar a estratégia de se comunicar diretamente com a população, sem intermediários, o presidente Jair Bolsonaro manteve o comportamento da campanha eleitoral e se manteve, no primeiro ano de governo, bastante ativo nas redes sociais, especialmente no Facebook, onde realizou lives quase todas as quintas-feiras, e no Twitter, com postagens diárias aos seus 5,6 milhões de seguidores.

Outra semelhança com o período eleitoral foi o hábito de usar as redes para criticar adversários e defender seus pontos de vista, muitas vezes em um tom pouco usual para ocupantes do Palácio do Planalto.

Assim, o ano que se encerra rendeu uma série de postagens polêmicas, que muitas vezes surpreenderam pelo tema ou pelo tom adotado pelo presidente e até mesmo geraram crises institucionais que precisaram ser contornadas. Relembre a seguir alguns desses momentos:

Golden shower no carnaval

Uma das postagens mais polêmicas no Twitter oficial de Bolsonaro ocorreu no início do mandato, durante o primeiro carnaval de seu governo. Durante a folia, em março, a conta do presidente compartilhou um vídeo em que dois homens dançam sobre um ponto de táxi ao participar de um bloco em São Paulo. Em determinado momento, um deles se abaixa para que o outro urine sobre seu cabelo.

O post, mais tarde apagado, trazia críticas ao carnaval. A exibição no Twitter do presidente repercutiu internacionalmente, rendeu várias críticas e houve quem falasse em quebra de decoro e um possível pedido de impeachment. No dia seguinte, após toda a repercussão, a conta de Bolsonaro postou a seguinte pergunta: "O que é golden shower?". O termo é usado para definir a prática sexual de urinar no parceiro.

Solidariedade a Gentili

Em abril, o chefe do Executivo polemizou mais uma vez ao se solidarizar com o apresentador Danilo Gentili , depois de o dublê de comediante ter sido condenado por injúria contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).

"Compreendo que são piadas e faz parte do jogo, algo que infelizmente vale para uns e não para outros”, afirmou o presidente. O apresentador respondeu que se sentia “honrado” com a fala de Bolsonaro. 

Tevê "canalha"

Entre as críticas à imprensa, se destaca um tuíte de outubro, no qual o presidente compartilhou uma imagem que mostrava a símbolo da Rede Globo como uma saída de esgoto e a legenda "canalhas". A postagem, com mais de 167 mil curtidas, foi feita após a emissora divulgar que o nome de Bolsonaro tinha sido citado na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ).

STF retratado como hiena

Também em outubro, o alvo foi o Supremo Tribunal do Federal (STF). Bolsonaro compartilhou um vídeo que retratava seus opositores como hienas e ele próprio como um leão sob ataque. Entre as "hienas", estavam o STF e o PSL. Após a polêmica, o vídeo foi apagado e Bolsonaro pediu desculpas.

Ofensa a Brigitte Macron

O presidente também se envolveu em polêmicas internacionais por meio do Twitter. Após críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, às queimadas na Amazônia, Bolsonaro fez graça com a aparência da esposa do colega, a professora Brigitte Macron.

Bolsonaro comentou a publicação de um internauta que mostrava a foto dele com Michelle e de Macron com Brigitte, acompanhada do comentário: "Entende agora pq Macron persegue Bolsonaro? É inveja do Macron, pode crê". Bolsonaro respondeu: "Não humilha cara. Kkkkkkk".

Farpas com Fernández

Outro embate internacional se deu com o novo presidente argentino, Alberto Fernández. Em um post recente, Bolsonaro resolveu comparar a Argentina com a Venezuela. O presidente escreveu na rede social que a situação política da Venezuela tem "reflexos" em Roraima. "Aumento da violência e população de rua, piora na saúde e educação, etc."

Em seguida, Bolsonaro sugeriu que podem ocorrer problemas parecidos na fronteira entre Brasil e Argentina pelas seguintes medidas do governo Fernández: "1) Dupla indenização para demissão sem justa causa; 2) Elevação do imposto de exportação (grãos); 3) Imposto de 30% para compras no exterior; e 4) Volta da discussão da legalização do aborto", listou Bolsonaro.

Criança petista

No apagar das luzes de 2019, Bolsonaro compartilhou um vídeo em que tira fotos com simpatizantes na Bahia. Uma das pessoas é uma mulher com uma criança. Em um dos momentos, o chefe do Executivo pega o rosto da criança e vira para a frente da câmera do celular. Ao fim, o presidente brinca. “Aí, moleque. Você é petista”, diz, em referência à resistência do menino em posar para a foto. Na legenda do vídeo, Bolsonaro escreveu: “A foto mais democrática do ano. Moleque curado... kkkkk”.

Com informações portal Correio Braziliense

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