O presidente e seu Carlos Bolsonaro em momento de distração na rede (Foto: Divulgação/redes sociais) |
Jair
Bolsonaro escolheu uma rede social que limita as mensagens a 280 caracteres
para se comunicar com seu eleitorado. Desde o dia 1º de janeiro, fala como
chefe do Executivo naquele campo minado. Mobiliza, anuncia, desmente, ataca,
critica: às vezes, tudo ao mesmo tempo.
Polemiza
para mobilizar e mobiliza pela polêmica. O caso "golden shower" é
exemplar. Era Carnaval, e ninguém se importava com reforma da Previdência ou
polarização. Eis que o presidente aparece com uma dúvida mundana. Tudo
calculado. Suas bases antipatizam com a festa.
Hábil
na plataforma, Bolsonaro a usa como extensão do Planalto, como quando
desautoriza ministros ou os atira na fogueira. Se não está no Twitter, não é
verdade. O presidente gosta do canal direto. Para ele, o usuário é o eleitor e
a "timeline", o Brasil.
Já
era assim antes da vitória, mas, de janeiro para cá, o capitão reformado
converteu o microblog de postagens instantâneas em arena prioritária para a
atuação política. É onde despacha. A estratégia é a da mobilização permanente.
Entre ele e o país, a distância é de uma tela.
Pelo
menos é assim que Bolsonaro gosta de se imaginar, como um mandatário
"gente como a gente". Responde perguntas, interage, manda
"joinha" aos seguidores e marca seus auxiliares na rede, incentivando
a participação virtual dos subordinados. O ministro Sergio Moro é um deles.
Por
trás do uso lúdico, quase prosaico, Bolsonaro quer mesmo é encurtar as
distâncias. É estratégico. A cartilha vem de longe, do governo de Donald Trump.
Foi testada e aprovada por Steve Bannon e chancelada por Olavo de Carvalho, o "bruxo"
que passa as tardes no Twitter.
Segundo
estudiosos, a frequência de quase sete mensagens por dia na rede social cumpre
a função de manter a tropa de prontidão, a postos para qualquer eventualidade,
como pressionar o Supremo ou o Congresso em protestos de rua. Com um
"tuíte", o presidente causa alvoroço.
Lembram-se
das hienas e o leão? Pois é. O vídeo foi um dos mais curtidos do presidente no
Twitter. Nele Bolsonaro é o felino acossado por uma matilha de carniceiros que
o espreita antes de atacar. A postagem recebeu centenas de milhares de
curtidas. Depois foi apagada.
Para
entender a relação do Bolsonaro com a ferramenta, O POVO ouviu especialistas no
assunto. Perguntamos a cada um sobre as razões do presidente para empregar um
tempo precioso nessa rede. As respostas estão nas páginas seguintes. Sigam o
fio. Boa leitura.
Com
informações portal O Povo Online
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