Haddad, Lula e Gleisi na abertura do Congresso Nacional do PT em São Paulo (Foto: Divulgação/PT) |
A deputada
federal Gleisi Hoffmann (PR) foi reeleita ontem (24/11) presidente nacional do PT
no 7º Congresso Nacional da sigla, realizado na Casa de Portugal, em São Paulo.
Gleisi foi eleita por com 558 votos dos delegados, que foram escolhidos em
pleitos regionais por filiados do partido - o equivalente a 72% dos votos,
segundo dados divulgados no encerramento do Congresso. O ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva não compareceu ao Congresso ontem. Ele fez um discurso na
abertura, na sexta-feira (22/11).
"Essa
expressividade dos votos só me dá mais responsabilidade", disse ela em
fala após a proclamação dos resultados. Gleisi disputou o cargo com a deputada
federal Margarida Salomão (MG), que teve 131 votos (16,8% do total) e o
historiador e figura histórica da sigla, Valter Pomar, com 91 votos (11,7%). O
deputado federal Paulo Teixeira (SP) retirou a candidatura um pouco antes de
ser iniciado o processo de votação. Houve 12 votos em branco e nenhum nulo.
"O Brasil passa por
uma situação grave, temos um golpe continuado", disse Glesi em seu
discurso, criticando a política econômica liberal do governo, classificando
como equivocada e que vai retirar direitos da população. "Temos que ser
firmes contra a retirada de direitos do povo." A deputada disse que as
manifestações contra essas políticas liberais, que ocorrem em países como Chile
e Colômbia, vão chegar ao Brasil.
"Queremos
Lula presidente da República novamente", afirmou a deputada no discurso.
Ela disse que um dos desafios do PT é mostrar a inocência do ex-presidente.
"A extrema direita está se organizando, temos que fazer um
contraponto." Para ela, é importante o PT "ir para as vilas",
conversar com as pessoas.
Além
da confirmação da reeleição de Gleisi, que já era esperada pelos membros do
partido, a principal novidade do dia ficou por conta da aprovação de uma emenda
à tese que vai guiar o partido nos próximos quatro anos que prevê que o
partido, a depender da análise da conjuntura, possa vir a assumir a defesa do
impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Na prática, a sigla não vai adotar
essa postura nesse momento, mas não descarta discutir essa possibilidade a
depender da evolução dos fatos e se forem comprovados atos graves cometidos por
Bolsonaro.
Ainda
ficaram outras emendas por votar, o que deve acontecer em uma reunião do
diretório do partido. As emendas aprovadas serão apensadas ao texto final da
tese vencedora, também da CNB, chamada "Lula Livre para Mudar o
Brasil".
A
tese será a diretriz do partido nos próximos quatro anos e diz que a estratégia
do PT deve ser de resistência ao governo Bolsonaro, que tem um projeto de
"enorme retrocesso histórico", segundo o texto, e, ao mesmo tempo, de
acumulação de forças para que o País possa retomar "o mais rápido
possível" o caminho da transformação social.
O
texto também defende a unidade de forças progressistas tanto no Parlamento
quanto na sociedade e diz que não há contradição entre consolidar a unidade das
esquerdas e buscar alianças mais amplas com personalidades e setores de centro
em prol do Estado de Direito.
Há
ainda menção às eleições municipais de 2020, dizendo que o partido lançará o
maior número possível de candidatos a vereador e que vão buscar alianças para
fortalecer o polo de oposição democrática. "A derrota da ultradireita é um
dos nossos objetivos centrais." O texto também fala em dar centralidade às
reformas do Estado, Política, Tributária, Agrária, entre outras.
Há
ainda críticas ao governo Bolsonaro e afirmações de que o presidente interfere
"diretamente" no inquérito da Polícia Civil do Rio sobre o
assassinato da vereadora Marielle Franco.
Com
informações portal O Povo Online
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