Segundo o Ricardo Salles é preciso esclarecer a situação da Amazônia e exaltar as oportunidades de investimento no país (Foto: Marcos Correa) |
O
ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o Brasil quer
"desmistificar" para a comunidade internacional, durante a
Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), que houve uma flexibilização da
legislação ambiental durante o governo Bolsonaro. Segundo ele, é preciso
esclarecer a situação da Amazônia e exaltar as oportunidades de investimento no
país.
"(Queremos)
Desmistificar essa falsa ideia de que houve um desmonte do sistema ambiental,
de que houve flexibilização da legislação ou da fiscalização, de que o Brasil
não se importa com meio ambiente. Não é verdade. Temos que esclarecer tudo isso
para que essas mentiras ou desinformações não continuem a ser repetidas",
disse o ministro, que recebeu o jornal O Estado de S. Paulo em um café no hotel
onde está hospedado em Nova York.
A
presença do ministro coincide com a greve do clima, que mobilizou milhares de
jovens em 130 países na sexta-feira (20/9), e permeia a Cúpula do Clima, que
acontece nesta segunda-feira (23/9), e a Assembleia-Geral das Nações Unidas,
que será aberta, na terça-feira (24/9), com discurso do presidente Jair
Bolsonaro.
Nesse
domingo (22/9), um grupo de empresários brasileiros e organizações não
governamentais promoveram em Nova York um evento no qual lançaram um desafio
para construir o que chamam de "Amazônia Possível". O evento, voltado
para pedir que o setor empresarial se comprometa a combater crimes ambientais
em suas cadeias — a fim de conter o desmatamento na Amazônia — teve a presença
de Salles. O ministro pediu para participar da discussão.
A
presença do governo federal não estava prevista, mas Salles pediu para
participar. Por uma hora e meia, escutou e tomou notas do que disseram pessoas
como o empresário Guilherme Leal, cofundador da Natura e integrante do Conselho
do Pacto Global da ONU, Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do
Agronegócio (Abag), e o cientista Carlos Nobre, da USP.
Ao
final do evento, Salles foi convidado a se pronunciar. André Guimarães, do
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e facilitador da Coalizão Brasil
Clima Florestas e Agricultura, que mediou o diálogo, pediu mensagens
"inspiradoras" do ministro. Salles lembrou declarações dos
participantes, mas não chegou a se comprometer com soluções.
"Vamos
salvar a Monalisa como fazer mais, melhor", disse em referência a uma fala
de Denise Hills, diretora de Sustentabilidade da Natura. Ela afirmou que o País
está "queimando" sua "Monalisa", ao dizer que a Amazônia é
o tesouro do Brasil. O ministro também disse que a chave é conseguir ambas as
coisas: proteção do ambiente com desenvolvimento.
Durante
sua manifestação, alguns participantes chegaram a sair da sala em protesto e
dois jovens da organização Engajamundo fizeram uma manifestação silenciosa com
máscaras no rosto que diziam: "Salles, ecocida".
Salles
disse ao Estado que se tivesse espaço, gostaria de poder falar na Cúpula do
Clima da ONU. O programa não inclui o Brasil entre os países que terão direito
a discursar. A cúpula foi convocada pelo secretário-geral da ONU, Antonio
Guterres, para que os países sejam mais ambiciosos nos projetos de preservação.
O
presidente Jair Bolsonaro desembarca na segunda-feira às 16h40 (horário de
Brasília) em Nova York. Até o momento, a agenda do presidente está limitada à
realização do discurso, marcado para as 10h de terça. A indígena Ysani
Kalapalo, moradora de uma aldeia no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso,
irá acompanhar a comitiva brasileira. Ela foi convidada pelo presidente para
viajar com a comitiva do governo aos EUA.
De
acordo com o Itamaraty, ainda não está na agenda oficial um jantar com o
presidente americano, Donald Trump, anunciado por Bolsonaro. O americano
receberá chefes de Estado em um jantar na noite de segunda-feira. O presidente
brasileiro ainda se recupera de uma cirurgia feita no último dia 9. A equipe
médica do Planalto acompanhará Bolsonaro na viagem.
Com
informações portal Correio Brasiliense
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