Reivindicações passam por temas ligados
à educação, saúde e moradia (Foto:
Júlio Caesar)
|
O 25º
Grito dos Excluídos levou ontem (07/09) às ruas da Praia do Futuro, em Fortaleza,
críticas ao atual sistema econômico, ao Governo e a temas locais, como a
nomeação de Cândido Albuquerque a reitor da Universidade Federal do Ceará
(UFC), a situação de moradores de rua e a degradação das lagoas nas áreas
urbanas da Cidade. A tradicional manifestação que ocorre em paralelo aos
desfiles militares no dia da Independência, este ano, teve como lema "Este
sistema não Vale".
A
concentração começou por volta das 8 horas em frente à Escola Frei Tito de
Alencar, na avenida Dioguinho, na Praia do Futuro. E de lá seguiu pela avenida
para a praça Dom Helder Câmara. A manifestação encabeçada pela Arquidiocese de
Fortaleza teve grande adesão de centrais sindicais e de movimentos sociais.
Durante
o protesto, vários estudantes, contrariando o apelo feito pelo presidente da
República, Jair Bolsonaro, para que as pessoas usassem verde e amarelo no dia 7
de Setembro, preferiram o preto.
Ao
longo do trajeto do Grito dos Excluídos, foram realizadas três grandes paradas
— em frente à comunidade do Coco, da Embratel e às barracas de praia — para dar
ênfase aos três "Ts" destacados nos discursos do papa Francisco:
terra, teto e trabalho. Diante da praça Dom Helder Câmara houve ainda uma
homenagem a lideranças, como irmã Dorothy, Dom Helder e Chico Mendes.
Além
dos recentes cortes na área da educação, que estão afetando, sobretudo, os
investimentos em pesquisa, a escolha de Bolsonaro por Cândido Albuquerque como
reitor da UFC, o último colocado na lista tríplice, foi alvo de críticas no
Grito dos Excluídos realizado ontem em Fortaleza.
"Nossa pauta hoje é,
principalmente, contra a intervenção na UFC, que consideramos autoritária,
ilegítima e que vamos continuar combatendo", afirmou o presidente da
Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará (Adufc), Bruno Rocha.
A
temática da moradia digna também se fez presente. "A gente está nas ruas
contra a violência, em busca dos direitos, mais moradia, menos ódio. Muitos
moradores que perderam suas casas durante as enchentes no conjunto Palmeira
estão até hoje esperando uma resposta do Poder público", defendeu
Elizabeth Vieira, dos Movimentos Populares do Jangurussu-Palmeira.
"Nós
queremos chamar atenção principalmente das autoridades para a falta de
saneamento básico, segurança pública, a falta de saúde, educação que tanto está
afetando nossos jovens. Este sistema econômico que está imposto para nós não
vale. Está acabando com nossas florestas, rios, casas e direitos. Estamos
vivendo uma série de retrocessos sociais", afirmou o coordenador de
articulação das pastorais sociais da Arquidiocese, Ítalo Morais.
Depoimentos
de quem foi ao Grito:
"Não podemos ficar de braços cruzados a tudo que está acontecendo. Estão tirando nossos direitos com estas reformas, privatizações e tantos retrocessos." Carla Azevedo, 18 anos, pelo terceiro ano seguido, ela prefere acompanhar o Grito dos Excluídos aos desfiles militares.
"A
gente precisa de atenção. Meu marido foi espancado enquanto dormia por dois
rapazes. Isso não é vida. Precisamos de um lar, um aluguel social." Luciene
da Silva, em situação de rua há sete anos
"Queremos
denunciar o que vem acontecendo na área da lagoa de Itaperaoba. Este espaço que
pertence à comunidade vem sendo privatizado e degradado." Ademar
Silva, coordenador do movimento pró-parque Lagoa de Itaperaoba
"As
práticas do Estado não ajudam a ressocializar os jovens. Lá dentro práticas de
tortura continuam acontecendo, eles ficam ociosos, o Estado não faz a parte
dele." Carmen
Pereira, servidora pública
Com
informações portal O Povo Online
Leia
também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.