A
foto ao lado é do médico Dr. Antônio Luiz Macedo. Leia seu relato: “Aos 13
anos, eu caí do cavalo, e a queda causou uma paralisia do lado direito do meu
rosto. Disse ao médico que me atendeu, um professor de neurologia do Hospital
das Clínicas, que eu queria ser cirurgião. Ele me aconselhou a procurar outra
profissão. Fui para casa abafadíssimo. Meu avô então me repreendeu: ‘Esquece o
que ele disse, não sabe nada. Ele é professor de cirurgia, mas não de gente’.
Foi aí que eu mais quis ser cirurgião”.
Dr.
Antonio revelou ainda que teve a chance de reencontrar o médico, que tinha
falado palavras desencorajadoras para ele. “Pouco mais de dez anos depois,
operei o médico que me atendeu, por uma grande coincidência. Era noite de
Natal. Tirei a vesícula dele. No dia seguinte, ele me olhou e perguntou: ‘O que
aconteceu no seu rosto, menino?’. Eu relembrei a história a ele. Ele chorou
igual a uma criança”.
Como
parte de seu relato, o cirurgião de Bolsonaro ressaltou sua persistência diante
das circunstâncias. “Para mim, o não inexiste. Vou até o fim, sempre. Desisto
só se me matarem” declarou.
No
livro “Os segredos dos Vencedores”, relato algo semelhante que aconteceu comigo
no tópico 10.4. com o título “O Fenômeno Psicológico das Frases” que início
citando Leonardo da Vinci “Não se volta se a meta é a estrela”. Vejamos:
Há
frases que nos arrastam em direção aos nossos sonhos, outras que nos deixam
paralisados. O que vou relatar a seguir é uma clara demonstração de como uma
frase pode nos algemar e destruir a capacidade de sonhar, ou de como uma frase
pode ressuscitar a capacidade de lutar.
Lembro-me
como se fosse hoje, eu era um jovem idealista, fiz vestibular para Direito com
a finalidade de ser Promotor de Justiça. No
2º semestre, já estudava pelos editais dos concursos e, certa vez, no intervalo
das aulas, estava na biblioteca da faculdade estudando Direito Penal por vários
livros.
De
repente, entrou na biblioteca o melhor professor da faculdade; era um tipo meio
conservador, daqueles que sabiam tudo, e eu só notei a sua presença porque ele
veio em direção à minha mesa e sentou-se. Confesso que fiquei paralisado, pois ele era
do tipo que não falava com os alunos fora da sala de aula, mas eu o admirava
pelos seus vastos conhecimentos jurídicos.
Para
mim era uma grande honra estar próximo do “mestre”; cultivando um misto de
emoção e nervosismo, respirei fundo e disse: “Boa noite!”, mas ele não
respondeu, fiquei meio constrangido, mas continuei a minha leitura. De repente
o professor começou a olhar o livro que eu estava lendo e senti que estava
querendo fazer alguma pergunta.
Estava
apreensivo, era a primeira vez que ia falar com o “mestre”. E ele disse:
–
Você parece que gosta muito de Direito Penal.
–
Sim, é minha matéria favorita.
–
Então você vai ser advogado criminalista?
–
Não, vou ser Promotor de Justiça.
–
Como? Promotor de Justiça? Você não acha que é muita pretensão? Essa
universidade tem mais de 25 anos e nunca ninguém passou em um concurso desse
nível, é muito mais fácil você ser advogado.
Eu
fiquei sem voz, não esperava ouvir uma frase tão dura de uma pessoa que admirava
tanto.
O
professor saiu e eu fiquei atormentado. Por várias vezes uma frase se repetia
em minha mente: “Você não acha que é
muita pretensão?”.
Uma
nuvem de pensamentos obscuros começou a atormentar-me: “É .... Talvez seja até
arrogância querer ser Promotor de Justiça”.
Na
minha mesa quatro livros de Direito Penal, só agora eu percebia que o mais novo
tinha cinco anos. E agora algumas coisas estavam se encaixando, “Eu estou
perdendo tempo, por mais esforçado que seja, nem estrutura de estudo teria”.
A
frase do professor foi um grande balde de água gelada em todo meu acreditar;
afinal, o que poderia querer um estudante de uma universidade do interior do
Brasil, de um curso de Direito, que oferecia péssima estrutura de aprendizagem?
O
professor tinha razão, fechei os livros e os devolvi à bibliotecária. Aquelas
mesmas aulas a que eu, antes, assistia com um brilho no olhar, agora me
pareciam intermináveis, tediosas. Sem alma, não conseguia ver sentido em nada.
O
curso perdeu a razão e, ao final de uma aula, fui para casa decidido não mais
voltar. Estava na cama, sem dormir, com um dilema, “tanto sacrifício meus pais
fizeram para pagar um curso, alimentação, aluguel, durante dois anos e meio, em
uma cidade tão distante, e agora eu teria que comunicar a minha desistência”.
Mas
algo de extraordinário aconteceu. De repente, lembrei-me de uma frase que um
dia minha mãe me disse: “Meu filho, se um dia você desejar alcançar uma estrela
e achar que é impossível, almeje alcançar todo o universo, pois se você não
alcançar todo o universo, pelo menos uma estrela você terá alcançado”. Uma
frase cujo significado eu nunca entendi, agora tinha todo sentido do mundo.
Se
eu estou achando que é impossível ser Promotor de Justiça, meu objetivo agora
vai ser escrever livros para preparar os estudantes para fazer concurso de
Promotor de Justiça, “pois, se você não alcançar todo o universo” (escrever
livros), “pelo menos uma estrela você terá alcançado” (ser Promotor de
Justiça).
Pulei
da cama, lavei o rosto e “virei a noite” estudando, e, o melhor, nunca mais
parei de estudar, fazer anotações e resolver questões de concursos públicos.
Terminei
a faculdade, fiz vários cursos de especialização, fiz mestrado, ensinei em
vários cursos preparatórios para concursos jurídicos, passei no concurso de
Promotor de Justiça e, depois de consolidar meu sonho, notei que teria que
disponibilizar para meu semelhante todas as minhas anotações de mais de 13 anos
de intensivos estudos.
As
anotações e as resoluções das questões de concursos públicos foram a base para
a publicação de mais de 70 (setenta) livros.
Fiz
questão de registrar essa passagem de minha vida para provar que realmente há
frases que acionam um gatilho para a corrida em direção aos nossos sonhos, e
outras, que nos deixam desmotivados e nos fazem desistir.
Os
vencedores colocam o ideal nas nuvens, mas não esquecem de deixar os pés no
chão; cultivam, portanto, uma ousadia sadia, pois ousadia sem humildade gera
ambição, que origina perversão, arrogância e a involução da humanidade. Seja
humilde até nas vitórias. Napoleão dizia: “O momento mais perigoso é o da
vitória” e é justamente nesse momento que tenho percebido que o ser humano
mostra a sua verdadeira face, a arrogância dos tiranos ou a humildade dos
sábios.
Agora
você já sabe, sempre que alguém formular uma frase que não está em consonância
com o seu ideal, desconsidere-a totalmente e substitua por uma motivacional,
tal como:
–
Eu sei que posso, porque penso que posso.
–
É só uma questão de tempo, eu estou no caminho certo; logo, nada me afetará, e
lutarei com mais garra para a concretização do meu sonho.
E
por fim, lembre-se: “...
para Deus nada é impossível” (LC 1:37)
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