Camilo reuniu o comando da Segurança Pública do Estado e avaliou as ações e estratégias de combate ao crime (Foto: Divulgação/Facebook) |
Às
voltas com nova onda de ataques capitaneados por facções criminosas, o
governador Camilo Santana (PT) quer que a legislação antiterrorismo abarque
também estes crimes. Para ele, os atos praticados no Estado pelo sétimo dia
consecutivo merecem punição mais rígida, sobretudo aos que forem pegos em
flagrante.
A
posição, todavia, ganha resistência tanto no partido dele como nos grupos que
dão sustentação ao PT, como movimentos sociais, a exemplo do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST), e frentes sindicais. Apesar disso, foi a
ex-presidente Dilma Rousseff quem sancionou, em 2016, uma legislação
antiterrorismo. À época, no contexto da realização das Olimpíadas do Rio de
Janeiro, ela foi pressionada por estes setores, o que a fez vetar itens da lei.
Isso porque manifestações poderiam ser associadas ao conceito de terrorismo.
"Você
jogar uma bomba, jogar um coquetel molotov hoje, não tem uma pena... Tanto que,
às vezes, pessoas que cometem esse crime pouco tempo depois estão soltas",
disse o petista em entrevista publicada nessa quinta-feira no portal de
notícias UOL.
Membros
da executiva nacional do PT, os deputados federais Paulo Pimenta (RS) e Paulo
Teixeira (SP) manifestaram opinião sobre o assunto. Teixeira destaca que a
legenda é contrária à tipificação da prática na lei. Apesar disso, não endurece
o tom contra Camilo. Comenta que o governador conseguiu debelar a primeira
crise, em janeiro, sem necessidade da legislação.
Líder
do PT na Câmara dos Deputados, Pimenta não marcou posição contra a fala do
governador, afirmando que não se fazer essa discussão no campo da hipótese.
"Tem que ver o conteúdo, porque o texto proposto na época (2016) permitia
uma interpretação muito genérica, subjetiva e enquadrava como possível crime
coisas que não têm nada a ver com terrorismo", diz o parlamentar,
referindo à "luta política" de movimentos sociais.
Como
recorrentemente faz ao tratar de segurança pública, o governador também
atribuiu responsabilidade à União que, na visão dele, deve guardar com mais
eficácia as fronteiras. Na visão de Camilo, a questão ultrapassou o limite de
competências dos estados.
Camilo
conversou ontem, por telefone, com o presidente Jair Bolsonaro, e agradeceu o
apoio do Governo Federal contra os ataques criminosos que o Estado tem
enfrentado. "Ressalto ainda que tenho mantido permanente contato com o
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, sobre a situação no
Ceará. E que hoje conversei também, por telefone, com o presidente Jair
Bolsonaro, a quem agradeço pelo apoio demonstrado", disse Camilo, em
publicação nas redes sociais.
O
governador também mencionou em agradecimento os diversos órgãos que têm atuado
para prevenir e coibir os ataques no Estado.
"Ressalto
a importância das outras instituições e das forças de segurança parceiras, que
têm atuado em defesa da sociedade: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal,
Abin, Centro Integrado Regional de Inteligência, Guarda Municipal de Fortaleza,
Ministério Público e Justiça", comentou Camilo.
Com
informações portal O Povo Online
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