Relator
do texto da reforma da Previdência que chega ao Senado nesta semana, o cearense
Tasso Jereissati (PSDB) tem trabalhado para que a tramitação da proposta na
Casa seja a mais célere possível. Para tanto, o tucano busca uma nova aprovação
sem alterações, para que a PEC não necessite retornar à Câmara.
Em
entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Tasso classificou o texto aprovado na
Câmara como "razoável para as condições e circunstâncias que estamos
vivendo". "A maioria das pessoas não esperava que fosse possível
fazer um texto tão avançado, tão amplo com uma relativa tranquilidade tanto
política como da sociedade. Foi o melhor dentro do possível", afirmou o
tucano.
No
entanto, Tasso reconhece a necessidade de mudanças nas novas regras das
aposentadorias, como a reinclusão de estados e municípios, desde que as
alterações propostas pelos senadores se deem via PEC paralela. Ou seja, o
texto-base ganharia velocidade não voltando à Câmara e eventuais alterações
seriam debatidas isoladamente. A ideia tem o apoio do presidente da Casa, Davi
Alcolumbre (DEM-AP).
"O coração da PEC
paralela é a inclusão de estados e municípios. Pode haver (outras mudanças)
porque agora é que vamos entrar no processo de ouvir os senadores. Durante a
discussão na CCJ, provavelmente várias emendas e sugestões vão aparecer, e é
praticamente impossível eu dizer hoje o que pode ou não ser aproveitado",
complementou à Folha.
Na
contramão do discurso de Tasso, vários parlamentares insistem que não querem
ser meros carimbadores de decisões da Câmara. Também simpático à reforma, o
senador Plínio Valério (PSDB-AM) disse na última semana, em plenário, que anda
"muito preocupado com o que leu até o momento". Segundo ele, está
claro que quem mais precisa de aposentadoria é o trabalhador de empresa
privada, o funcionário público, e não os ricos do país. Insatisfeito com o
texto nos termos em que foi aprovado pela Câmara, Valério ressaltou que espera
que "o Senado não se furte ao seu papel de casa revisora."
A
senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), por sua vez, destacou que ainda há
pontos a serem melhorados, como as pensões abaixo de um salário mínimo, a
constitucionalização do BPC e a nova regra para o acesso do abono salarial.
A
senadora acrescentou que, se preciso, a oposição irá obstruir a votação, mas
admitiu que poderá fazer um acordo, caso haja essa possibilidade — aprovando o
texto base e criando uma PEC paralela com os trechos que os senadores
considerarem prejudiciais. Entre os contrários ao texto, está o senador Jorge
Kajuru (PRP-GO). A população mais carente, ele diz, será sacrificada com a
proposta. Assim, assegurou que não aceitará "toma lá, dá cá" para
votar com o Governo. Ele prometeu que não aceitará "um centavo" em
emendas parlamentares a Goiás "mesmo que meus eleitores se revoltem
comigo."
Com
informações portal O Povo Online
Leia
também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.