O Partido Social Liberal (PSL) decidiu ontem (13/08) por unanimidade (oito votos a zero) a expulsão do deputado
federal Alexandre Frota (SP), que recentemente passou a fazer críticas à
legenda e ao governo do presidente Jair Bolsonaro, seu correligionário.
Uma das
peças mais atuantes em favor da votação da reforma da Previdência, Frota estava
insatisfeito com o veto do Palácio do Planalto a indicações dele para cargos na
Agência Nacional de Cinema (Ancine) e com a perda de poder do diretório
municipal de Cotia, região metropolitana da capital paulista.
A
decisão expõe um racha dentro do diretório estadual da sigla em São Paulo,
hoje, comandado pelo filho do mandatário, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Oficialmente, a executiva nacional do PSL justificou a saída afirmando que
Frota demonstrou "infidelidade" ao atacar o governo e colegas de
bancada nos últimos meses.
Frota
foi criticado, sobretudo, por se abster na votação do 2º turno da Previdência,
o que foi considerado uma "traição" à legenda. A proposta foi
aprovada por 370 votos a favor, 124 contra e uma abstenção, a dele.
"Não concordamos
com os argumentos dele", afirmou Luciano Bivar, presidente do partido,
justificando a decisão em expulsá-lo. Nas últimas semanas, a situação do
parlamentar na sigla piorou após ele afirmar que Bolsonaro é a sua "maior
decepção" e que a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada
brasileira em Washington representa a "velha política".
Na
semana passada, Frota compartilhou uma reportagem crítica ao presidente e seus
filhos que relatava os laços familiares de empregados nomeados por eles desde
1991. No mesmo dia, atacou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) por uma postagem
dela, criticando-o pela aproximação com o governador de São Paulo, João Doria
(PSDB).
Os
controles dos diretórios municipais do partido em São Paulo viraram disputa
entre o grupo político do senador Major Olímpio e parte dos parlamentares não
ligados à bancada militar, como Junior Bozella e o próprio Frota. Olímpio
articulou o processo de expulsão endossando o pedido feito por Zambelli e
subscrito pelos também deputados Caroline di Toni (SC), Bia Kicis (DF) e por
Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP).
Frota
afirmou publicamente que o senador instalou uma "milícia de ex-PMs"
no PSL. Irritado, Olímpio pediu a sua expulsão. Os dois brigavam por espaço na
estrutura do partido.
No
sábado, 10, Frota desativou seus perfis nas redes sociais. A medida foi vista
como uma "prevenção" aos ataques que poderá vir a sofrer com a
expulsão. No Facebook, Frota tinha 1,1 milhão de seguidores. No Twitter, somava
170 mil seguidores.
Com
informações portal Correio Brasiliense
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