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14 de agosto de 2019

Estudantes e trabalhadores voltam às ruas no Ceará

Estudantes e trabalhadores caminharam pelas ruas do Benfica e do Centro em Fortaleza (Foto: Mauri Melo)
Milhares de manifestantes atenderam a chamado de entidades ligadas à Educação e encheram, ontem (13/08), ruas de Fortaleza. O ato se somou a protestos em todo o País. Na Capital cearense, o alvo central das críticas, externadas em cartazes e cantos, foi o programa "Future-se", de autoria do Ministério da Educação. A proposta prevê parcerias entre instituições públicas de ensino superior e iniciativa privada.

O trajeto dos militantes saiu por volta de 9h30min da Praça da Gentilândia, no Benfica, e passou pela Praça da Bandeira, ponto tradicional de expressão de setores à esquerda, e terminou na Praça do Ferreira, no Centro.

Formando uma corrente, manifestantes interditaram o fluxo dos carros nos principais cruzamentos do percurso para assegurar a passagem dos demais. Alguns comerciantes do Centro fecharam as portas ao avistarem o avançar da multidão. A organização estimou 100 mil pessoas no ato.

Para a vice-presidente Regional da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Ceará, Quézia Gomes, o ministro Abraham Weintraub (Educação) dá sucessivas provas de que "não entende nada de educação." "O Future-se, a gente chama ele de 'Fature-se', porque é a destruição da universidade pública", opina.

Ela ainda lançou atenção sobre a necessidade de um Fundeb mais longevo. Por lei, o modelo atual, que contempla estados e municípios com repasses, acabará em 2020. Há dois projetos tramitando em Brasília.

A reforma da Previdência, matéria com previsão de aprovação tranquila no Senado, também esteve em pauta na passeata. Fotos dos 11 deputados federais cearenses que votaram pela aprovação do texto na Câmara dos Deputados foram estampadas, cada uma com o adjetivo "traidor".

Com os senadores cearenses, Cid Gomes (PDT), Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo Girão (Podemos), o tratamento foi similar, mas, como ainda não votaram a matéria, o aviso dizia "eles podem acabar com a sua aposentadoria".

"A expectativa é de que o povo brasileiro consiga fazer com que o Senado discuta a pauta. Já foi feito um conjunto de emendas (ao texto), porém, isso não reflete a necessidade do povo", criticou Matheus Figueiredo, membro do Núcleo Popular. "A gente não aguenta mais, é toda semana um escândalo novo, um corte novo", complementou sobre governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O Conselho Universitário da UFC (Consuni) deve oficializar hoje posição contrária ao programa educacional, informou o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará (Adufc), Bruno Rocha. Ele afirma que o programa é um passo para a privatização das instituições.

Outras capitais brasileiras também registraram prol em prol das mesmas pautas. Em Brasília, foi realizado simultaneamente a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas. A concentração do ato ocorreu em frente ao Museu Nacional e terminou no gramado em frente ao Congresso.

No Rio de Janeiro, os manifestantes começaram a se concentrar no fim da tarde no entorno da Igreja da Candelária, no Centro, onde lideranças estudantis discursavam em um carro de som. No início da noite, eles seguiram em caminhada até a sede da Petrobras, também no Centro.

Em São Paulo, estudantes, professores e membros de centrais sindicais se concentraram e bloquearam nos dois sentidos a Avenida Paulista, região central da cidade.

Com informações portal O Povo Online

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