Estudantes e trabalhadores caminharam pelas ruas do Benfica e do Centro em Fortaleza (Foto: Mauri Melo) |
Milhares
de manifestantes atenderam a chamado de entidades ligadas à Educação e
encheram, ontem (13/08), ruas de Fortaleza. O ato se somou a protestos em todo o País.
Na Capital cearense, o alvo central das críticas, externadas em cartazes e
cantos, foi o programa "Future-se", de autoria do Ministério da
Educação. A proposta prevê parcerias entre instituições públicas de ensino
superior e iniciativa privada.
O
trajeto dos militantes saiu por volta de 9h30min da Praça da Gentilândia, no
Benfica, e passou pela Praça da Bandeira, ponto tradicional de expressão de
setores à esquerda, e terminou na Praça do Ferreira, no Centro.
Formando
uma corrente, manifestantes interditaram o fluxo dos carros nos principais
cruzamentos do percurso para assegurar a passagem dos demais. Alguns
comerciantes do Centro fecharam as portas ao avistarem o avançar da multidão. A
organização estimou 100 mil pessoas no ato.
Para a vice-presidente
Regional da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Ceará, Quézia Gomes, o
ministro Abraham Weintraub (Educação) dá sucessivas provas de que "não
entende nada de educação." "O Future-se, a gente chama ele de
'Fature-se', porque é a destruição da universidade pública", opina.
Ela
ainda lançou atenção sobre a necessidade de um Fundeb mais longevo. Por lei, o
modelo atual, que contempla estados e municípios com repasses, acabará em 2020.
Há dois projetos tramitando em Brasília.
A
reforma da Previdência, matéria com previsão de aprovação tranquila no Senado,
também esteve em pauta na passeata. Fotos dos 11 deputados federais cearenses
que votaram pela aprovação do texto na Câmara dos Deputados foram estampadas,
cada uma com o adjetivo "traidor".
Com
os senadores cearenses, Cid Gomes (PDT), Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo
Girão (Podemos), o tratamento foi similar, mas, como ainda não votaram a
matéria, o aviso dizia "eles podem acabar com a sua aposentadoria".
"A
expectativa é de que o povo brasileiro consiga fazer com que o Senado discuta a
pauta. Já foi feito um conjunto de emendas (ao texto), porém, isso não reflete
a necessidade do povo", criticou Matheus Figueiredo, membro do Núcleo
Popular. "A gente não aguenta mais, é toda semana um escândalo novo, um
corte novo", complementou sobre governo do presidente Jair Bolsonaro
(PSL).
O
Conselho Universitário da UFC (Consuni) deve oficializar hoje posição contrária
ao programa educacional, informou o presidente da Associação dos Docentes da
Universidade Federal do Ceará (Adufc), Bruno Rocha. Ele afirma que o programa é
um passo para a privatização das instituições.
Outras
capitais brasileiras também registraram prol em prol das mesmas pautas. Em
Brasília, foi realizado simultaneamente a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas. A
concentração do ato ocorreu em frente ao Museu Nacional e terminou no gramado
em frente ao Congresso.
No
Rio de Janeiro, os manifestantes começaram a se concentrar no fim da tarde no
entorno da Igreja da Candelária, no Centro, onde lideranças estudantis
discursavam em um carro de som. No início da noite, eles seguiram em caminhada
até a sede da Petrobras, também no Centro.
Em
São Paulo, estudantes, professores e membros de centrais sindicais se concentraram
e bloquearam nos dois sentidos a Avenida Paulista, região central da cidade.
Com
informações portal O Povo Online
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