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1 de agosto de 2019

Camilo Santana critica banalização dos absurdos


O governador Camilo Santana (PT) se pronunciou sobre o que caracterizou de "falas e ações que beiram a insanidade" e que "parecem buscar a banalização do absurdo". Ele faz "apelo ao bom senso" e diz que é momento de "parar de criar crises e polêmicas", porque "não é o que o Brasil precisa neste momento".

A declaração do petista, feita por meio de publicações nos perfis oficiais no Instagram e Facebook, não cita nominalmente Jair Bolsonaro (PSL), apesar de ser feita logo após série de falas do presidente, que elevou o tom do discurso e tem confrontado de maneira mais enérgica opositores.

A assessoria de imprensa do governador afirmou que Camilo não se referiu especificamente a Bolsonaro, mas à "situação geral do País, de extremismos e intolerância". O momento se deveu ao "acirramento dos ânimos e aumento das polêmicas nas últimas semanas", o que faz com que o governador se preocupe "com o cenário instalado no País".

Parlamentares federais aliados a Camilo evitam admitir que o governante estava se referindo ao presidente, mas ressaltam que o acirramento, embora aconteça em diferentes níveis no País, tem sido estimulado pela postura adotada por Bolsonaro — e que vem se intensificando.

"O que está em jogo hoje não é oposição e situação. O que está em jogo é se o sistema democrático brasileiro suporta ou não um presidente que adota no seu cotidiano esse tipo de prática, autoritária, tirana e que ameaça permanentemente a liberdade individual, coletiva e de imprensa", coloca o deputado federal José Guimarães (PT).

Também ocupando cadeira na Câmara Federal, Eduardo Bismarck (PDT) considera que "o momento delicado do País" exige uma moderação de discurso e que "as pessoas estão insatisfeitas com o clima de guerra" e desejam uma "pacificação institucional", inclusive os governantes estaduais. Para Bismarck, as declarações presidenciais desviam o foco do que é importante.

Na publicação, Camilo corrobora com esse desvio da atenção de assuntos importantes para as "posições extremas e de intolerância que não levam a absolutamente nada". O governador lembra os "treze milhões de desempregados e problemas graves que afligem todos os estados".

Líder do PDT na Câmara Federal, André Figueiredo considera que Camilo teve "a responsabilidade de não citar diretamente o presidente da República", mas que, ao contrário do Ceará, que "tem um governador que tem equilíbrio, o Brasil infelizmente tem um presidente totalmente desequilibrado". "O País está a beira do precipício com um presidente sem nenhuma condição de exercer o mandato", enfatiza.

O cientista político e professor da Universidade Estadual do Ceará, Josênio Parente, considera a publicação de Camilo como "um chamado à racionalidade", inclusive porque o Ceará também sente "o peso da crise" que piora a cada declaração do presidente. "As falas têm tido consequências que podem afetar vários setores", aponta.

Setores do governo se preocupam em como as declarações com repercussão
Com informações portal O Povo Online

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