O
governador Camilo Santana (PT) se pronunciou sobre o que caracterizou de
"falas e ações que beiram a insanidade" e que "parecem buscar a
banalização do absurdo". Ele faz "apelo ao bom senso" e diz que
é momento de "parar de criar crises e polêmicas", porque "não é
o que o Brasil precisa neste momento".
A
declaração do petista, feita por meio de publicações nos perfis oficiais no
Instagram e Facebook, não cita nominalmente Jair Bolsonaro (PSL), apesar de ser
feita logo após série de falas do presidente, que elevou o tom do discurso e tem
confrontado de maneira mais enérgica opositores.
A
assessoria de imprensa do governador afirmou que Camilo não se referiu
especificamente a Bolsonaro, mas à "situação geral do País, de extremismos
e intolerância". O momento se deveu ao "acirramento dos ânimos e
aumento das polêmicas nas últimas semanas", o que faz com que o governador
se preocupe "com o cenário instalado no País".
Parlamentares
federais aliados a Camilo evitam admitir que o governante estava se referindo
ao presidente, mas ressaltam que o acirramento, embora aconteça em diferentes
níveis no País, tem sido estimulado pela postura adotada por Bolsonaro — e que
vem se intensificando.
"O
que está em jogo hoje não é oposição e situação. O que está em jogo é se o
sistema democrático brasileiro suporta ou não um presidente que adota no seu
cotidiano esse tipo de prática, autoritária, tirana e que ameaça
permanentemente a liberdade individual, coletiva e de imprensa", coloca o
deputado federal José Guimarães (PT).
Também
ocupando cadeira na Câmara Federal, Eduardo Bismarck (PDT) considera que
"o momento delicado do País" exige uma moderação de discurso e que
"as pessoas estão insatisfeitas com o clima de guerra" e desejam uma
"pacificação institucional", inclusive os governantes estaduais. Para
Bismarck, as declarações presidenciais desviam o foco do que é importante.
Na
publicação, Camilo corrobora com esse desvio da atenção de assuntos importantes
para as "posições extremas e de intolerância que não levam a absolutamente
nada". O governador lembra os "treze milhões de desempregados e
problemas graves que afligem todos os estados".
Líder
do PDT na Câmara Federal, André Figueiredo considera que Camilo teve "a
responsabilidade de não citar diretamente o presidente da República", mas
que, ao contrário do Ceará, que "tem um governador que tem equilíbrio, o
Brasil infelizmente tem um presidente totalmente desequilibrado". "O
País está a beira do precipício com um presidente sem nenhuma condição de
exercer o mandato", enfatiza.
O
cientista político e professor da Universidade Estadual do Ceará, Josênio
Parente, considera a publicação de Camilo como "um chamado à
racionalidade", inclusive porque o Ceará também sente "o peso da
crise" que piora a cada declaração do presidente. "As falas têm tido
consequências que podem afetar vários setores", aponta.
Setores
do governo se preocupam em como as declarações com repercussão
Com
informações portal O Povo Online
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