O
presidente Jair Bolsonaro demonstrou sensibilidade com o aumento das queimadas
na região amazônica, mas, sem apresentar provas, e com discursos baseados em
ilações, leituras próprias, sugeriu que o aumento dos focos de incêndios possam
estar atrelados ao bloqueio de recursos imposto pelo governo federal para
Organizações Não Governamentais (ONGs). Representantes dessas instituições
poderiam estar promovendo os crimes para “chamar a atenção” contra o governo.
A
teoria inventada por Bolsonaro foi dita em duas ocasiões ontem (21/08). A primeira declaração foi dita na saída do Palácio da Alvorada, e a
segunda, durante pronunciamento no Congresso Aço Brasil.
“A questão da
queimada, no meu entender, pode ter sido potencializada por ONGs, pois perderam
dinheiro”, declarou aos empresários no evento, realizado em Brasília.
Mais
cedo, ele destrinchou melhor a teoria, deixando claro que trata-se de uma
análise própria. “Não to afirmando. Temos que combater o crime, depois a gente
vê o possível responsável pelo crime. Mas, no meu entender, há interesse dessas
ONGs que representam interesses de fora do Brasil”, criticou.
Para
Bolsonaro, há uma “guerra da informação” em curso no país, da qual ele acredita
que essas organizações estão vencendo, por supostamente transmitirem a imagem
de que o governo é o “vilão”. “É isso que o tempo todo tento alertar o povo”,
disse.
“Pode
estar havendo -- pode, não estou afirmando -- ação criminosa desses ‘ongueiros’
para, diretamente, chamar a atenção contra minha pessoa, contra o governo do
Brasil. Vamos fazer o possível e impossível para conter esses incêndios
criminosos”, declarou. O governo, garantiu Bolsonaro, é sensível à pauta. “O
governo não está insensível para isso. O Ibama está agindo, mas pode imaginar o
tamanho da Amazônia”, destacou.
O
presidente informou que o governo está, desde terça-feira (20), conversando com
os ministérios da Defesa, do Meio Ambiente e da Justiça para poder ajudar a
combater as queimadas. “A Justiça pode mandar, acredite, 40 homens da Força
Nacional para lá. É uma gota d’água no oceano. As Forças Armadas podemos e
devemos, a partir de amanhã, enviar unidades ali da região porque não tem como
deslocar daqui (Brasília) para lá (Amazônia), pois vai faltar comida a partir
de setembro”, explicou.
As
ONGs estariam promovendo uma retaliação ao bloqueio de 40% de verbas que eram
repassados a ONGs. “Não tem mais, acabamos também o repasse de ONGs e órgãos
públicos de modo que esse pessoal está sentindo falta do dinheiro”, comentou.
As próprias organizações, pelo que deu a entender Bolsonaro, estariam filmando
as queimadas.
“Parece que foi tocando em alguns lugares estratégicos imagens da
Amazônia toda. Como pode? Nem vocês (da imprensa) teriam condições de, em todo
lugar, estar tocando fogo para filmar e mandar para fora. Pelo que tudo indica,
mandaram o pessoal para filmar e tacar fogo. Esse é o meu sentimento. Agora,
devemos combater o crime e, depois, buscar os criminosos”, ponderou.
Sobrou
até mesmo para os governadores da região Norte. Para Bolsonaro, alguns são
coniventes diante do atual quadro de incêndios.
“Tem
governador, que não quero citar o nome, que está conivente com o que está
acontecendo e bota culpa no governo (federal). Tem estados aí na região Norte,
que não quero citar, que o governador não está movendo uma palha para ajudar a
combater incêndios, pois está gostando disso aí. Não quero criticar
(nominalmente), pois depois o governador vem com contragolpe pra cima de mim,
mas isso é uma realidade”, criticou.
“Pergunte
o que os governos estaduais estão fazendo. Liguem para a assessoria de imprensa
deles. Tem governo estadual que não fez nada. Mas pode fazer”, acrescentou.
Com
informações portal Correio Brasiliense
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