''Não quero submeter meu filho a um fracasso'', disse o presidente, ao frisar o desejo de não sofrer uma derrota (Foto: Ed Alves) |
O
presidente Jair Bolsonaro sinalizou a possibilidade de rever a decisão de indicar
o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada brasileira nos
Estados Unidos, em Washington. Questionado na saída do Palácio da Alvorada na tarde de ontem (20/08), se existe alguma chance de ele não confirmar o envio
da mensagem ao Senado, ele não foi assertivo, e limitou-se a analisar que vê
competência no filho para o cargo. Mas frisou o desejo de não sofrer uma
derrota. “Eu não quero submeter meu filho a um fracasso.”
A
intenção do governo, no entanto, ainda é trabalhar o convencimento junto aos
senadores a favor de Eduardo. “Estamos trabalhando, conversando”, afirmou
Bolsonaro. Não será o relatório da consultoria do Senado, que analisou como
nepotismo a indicação, que inibirá o Palácio do Planalto de dar prosseguimento.
A análise foi um pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), da
oposição. No entendimento do presidente, o parecer é tendencioso.
A
experiência como parlamentar, nos 28 anos em que foi deputado federal, leva
Bolsonaro a crer que o relatório agiu com parcialidade, refutando, assim, a
tese de que a indicação de Eduardo seja nepotismo.
“As consultorias agem de
acordo com o interesse do parlamentar. É como uma redação. ‘Façam uma matéria
sobre Jesus Cristo’. Aí você pergunta: ‘contra ou a favor?’. É ou não é? É
assim que vocês aprenderam na universidade. Aqui, é a mesma coisa. Tem um viés
político nessa questão”, sustentou.
O
presidente sustentou que o governo se baseia na Súmula Vinculante nº 13, que,
nesse caso, não entende a indicação para embaixada como nepotismo. Além de
defender que a sugestão de Eduardo é juridicamente viável, ele sustentou que o
posto o cargo é exercido por alguém que exerça atividades de relações públicas
em prol da imagem do Brasil no exterior.
“Eu já falei pra vocês, quando estive
em Israel, o embaixador que estava lá foi para a Palestina, para não receber um
bom dia meu. Não pode ter viés ideológico nessa questão. Embaixador é um cartão
de visitas. Primeira coisa eu, para ser presidente, não tenho que entender de
educação, saúde, economia? É impossível. Agora, se o Senado quiser vetar, é
direito deles”, disse.
Com
informações portal Correio Brasiliense
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