Antonio
Rodrigues dos Santos nasceu no dia 10 de maio de 1942 no sítio Massapê,
município de Nova Olinda, localizado ao sul do estado do Ceará. Filho do
segundo casamento de Benjamim Rodrigues dos Santos com Joana Maria da Soledade.
O Sr. Benjamim casou-se duas vezes. A viuvez do primeiro casamento lhe deixou
dois filhos: o Sr. Sebasto dos Santos e a Sra. Maria dos Santos. Enquanto o
segundo casamento lhe dava mais dois filhos: Antonio Rodrigues dos Santos e
Valdemar Rodrigues dos Santos.
De
acordo com depoimentos dos seus primos e de seus sobrinhos, eles relatam que
“Ribuliço” teve uma infância sofrida. Seu pai suicidou-se quando o mesmo ainda
era criança, tinha mais ou menos uns 06 anos de idade e esse trauma ficou
marcado pelo resto da sua vida, vez por outra ele relatava esse momento triste
às pessoas quando as conhecia e chegava a chorar.
Sem
a presença paterna, os dois irmãos, ainda crianças, tiveram que trabalhar na
roça para sobreviverem. Os companheiros da roça eram os primos filhos de Dona
Maria. Seu primo, Francisco Pereira dos Santos (Xuta), lembra que ele não
gostava do referido trabalho, o seu sonho era ser motorista. Mas conta que
nessa época já recitava pequenos versos, e que seu dom era invejável.
Por
volta dos 11 anos de idade, mudou-se para a cidade de Altaneira com a sua mãe e
seu irmão, Valdemar Rodrigues dos Santos que era seu irmão mais velho, ali eles
fizeram novas amizades. Sua mãe logo se envolveu com a comunidade altaneirense
e ganhou amizade e admiração, conhecida por todos como dona Joaninha. Era uma
pessoa amável, gostava de compor versos improvisados, muito católica,
benzedeira, mãe muito dedicada e que não deixou de cumprir com o papel de mãe e
pai ao mesmo tempo.
“Ribuliço”
cresceu e se envolvia com a comunidade, não demorou muito já começava a
aprender a dirigir, realizando seu sonho poucos anos depois, não se dedicou ao
estudo, mas cursou os primeiros anos do ensino fundamental I, o que foi
suficiente para aprender a ler e escrever e a compor seus versos que deixava
escrito em pequenos cadernos.
Aos
34 anos de idade casou-se com Maria Soares dos Santos. Nesse período Maria
tinha vinte cinco anos e morava na localidade da Andreza - município de Assaré.
O casamento realizou-se no Distrito Amaro, também município de Assaré, no dia
30 de outubro de 1975. Em seguida vieram morar em Altaneira. Maria Conta que se
conheceram em uma festa da padroeira Santa Teresa de Jesus em Altaneira, e com
um ano de namoro casaram-se. Dessa união nasceram 03 filhos, Cícero Rodrigues
dos Santos, Dasdores Rodrigues Soares e José Rodrigues Soares(in memoria).
Relata ainda que ele gostava de poesias e que seu poeta preferido era Patativa
do Assaré.
Sobre
a obra do referido poeta, sua esposa Maria diz: - “Ribuliço” quando tinha um
pouco de tempo compunha versos dos mais variados temas e quando faleceu deixou
muitos escritos, mas infelizmente na atualidade os versos não existem mais. O
material todo desapareceu.
Maria
lembra que uma pessoa interessada em divulgar o trabalho do poeta seu esposo,
pediu para levar até a gráfica, mas a referida pessoa ao entrar de férias
deixou esse material no seu trabalho, quando retornou tinham feito uma limpeza
no ambiente e todo o material do poeta popular desaparecera. Maria deixa claro
sua tristeza e dos seus filhos, pois eram muitas poesias, dava para publicar um
livro.
Ainda
falando dos seus dias ao lado do poeta, Maria conta que a vida foi difícil, mas
que seu esposo era um homem trabalhador e temente a Deus, tinha muita fé no
Padre Cícero e vestia preto nos dias vinte de cada mês.
Para
sobreviverem no início do casamento “Ribuliço” trabalhava realizando fretes em
um Jipe que pertencia a ele e ao seu irmão Valdemar, jipe esse que perderam em
uma aposta política, prática muito comum na época. Sem o Jipe passou a
trabalhar como motorista particular, lembra que o mesmo por muitos anos foi
motorista do Sr. João Duarte (in memoria) e do Sr. José Lino da Silva (in
memoria).
No
dia 1º de março de 1981 foi admitido como funcionário público municipal e
assumiu sua profissão de motorista. Na época o prefeito era o Sr. João Ivan
Alcântara.
Ainda
em depoimento de Maria Rodrigues Soares, ela nos diz que lembra também momentos
que conviveu com a mãe do poeta, dona Joaninha, ela diz que a mesma era uma
senhora humilde, muito boa, muito católica e que os ajudava muito nos momentos
de dificuldades.
A
vida de “Ribuliço” era de muitas ocupações dado o seu trabalho como motorista.
Estava sempre em viagens para o Crato, Juazeiro e Barbalha, quase não sobrava
tempo para a família.
Certo
dia a família percebeu que o patriarca estava emagrecendo com muita rapidez,
mesmo se alimentando normalmente, o que fez com que ele fosse fazer uma
consulta e realizar exames, diante dos resultados descobriu que estava portador
de Diabetes, para o mesmo foi muito ruim, pois gostava de comer de tudo,
principalmente doces. Mas continuou com seu trabalho e com as atividades
literárias que o enchia de alegria. Cinco anos após a descoberta, ficou muito
debilitado, já apresentava pressão alta, aceleramento no coração e uma
impaciência muito grande. E no dia 18 de agosto de 2001 deixou a vida terrena,
vítima de Infarto Agudo do Miocárdio-IAM, aos 59 anos.
Maria
Oliveira Lino é graduada em Geografia pela Universidade Regional do Cariri
(URCA) e especialista em Meio Ambiente. Exerceu o cargo de diretora da Escola
de Ensino Fundamental 18 de Dezembro e da Escola de Educação Infantil
Professora Fausta Venâncio, além de ter sido coordenadora escolar da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Rufino de Oliveira.
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