Ricardo
Magnus Osório Galvão, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, é
Doutor em Física pelo Massachusetts Institute of Technology , o famoso MIT. Foi
diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), membro do Conselho da
Sociedade Europeia de Física e presidente da Sociedade Brasileira de Física.
Hoje,
porém, mostrou que tem uma qualificação ainda maior: é mestre em uma das mais
difíceis Ciências Humanas, a da Honra e da Decência.
O
senhor Jair Bolsonaro, diante dos dados do Inpe mostrando uma crescimento
imenso no desmatamento da Amazônia, disse que os dados eram falsos – talvez
ele, do Mundo da Lua onde está, tenha tido outro olhar sobre nossa floresta – e
que a instituição científica que tem quase 50 anos de renome internacional
estaria fraudando os dados e que o presidente do instituto pode estar “a
serviço de alguma ONG”.
Ricardo
reagiu sem pressa, mas com um energia que é incomum nos homens públicos:
"Tomou uma atitude pusilânime, covarde, de fazer uma declaração em
público talvez esperando que peça demissão, mas eu não vou fazer isso. Eu
espero que ele me chame a Brasília para eu explicar o dado e que ele tenha
coragem de repetir, olhando frente a frente, nos meus olhos. Eu sou um senhor
de 71 anos, membro da Academia Brasileira de Ciências, não vou aceitar uma
ofensa desse tipo. Ele que tenha coragem de, frente a frente, justificar o que
ele está fazendo".
O
velho professor chamou Bolsonaro – que hoje. num dos comentários postados no
UOL recebeu a fantástica classificação de “macho de porta de padaria” – para um
duelo. Não de pistolas ou de sabres – floretes Bolsonaro não sabe manejar – mas
de armas que o atual presidente da República não sabe o que são, perdido nas
suas “arminhas”: saber, ciência, honradez e coragem.
Sim,
também a coragem, a qual Bolsonaro confunde com gritos.
Ricardo
não grita, mas não abaixa a cabeça diante dos gritos. Diz que o presidente,
diante de uma tema sério e complexo, não pode falar ” como se estivesse em uma
conversa de botequim.”
Ainda
há gente decente neste pais e ele é uma destas pessoas.
Se
eu tivesse de escolher entre o Dr. Ricardo e o General Heleno para defender a
última ponte antes da invasão do Brasil, não teria um segundo de dúvidas.
Quem
grita “Selva!” e quer que se calam os que denunciam que ela está sendo posta
abaixo é, afinal, um covarde. Ou,
pior: um cúmplice.
A
entrevista é um bálsamo nestes tempos de covardias e sabujices e pode ser lida,
na íntegra, aqui.
Publicado
originalmente no portal Tijolaço
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