O
PDT oficializou nesta quarta-feira (17/07) a decisão de abrir um processo
disciplinar contra a deputada Tabata Amaral (SP) e outros sete deputados que
contrariaram o partido e votaram a favor da reforma da Previdência, no primeiro
turno, no plenário da Câmara. A decisão foi tomada pela comissão de ética
nacional da legenda.
Pelo
estatuto do partido, as punições variam de uma advertência até a expulsão. A
comissão tem 45 dias para elaborar um parecer de consultas e a decisão será
tomada, após análise, pelo diretório nacional. A expectativa é que a convocação
ocorra apenas daqui a dois meses, entre setembro e outubro.
Durante
a votação da PEC 6/2019, oito dos 27 deputados do partido que estavam presentes
votaram a favor da reforma: Tabata, Alex Santana (BA), Subtenente Gonzaga (MG),
Silvia Cristina (RO), Marlon Santos (RS), Jesus Sérgio (AC), Gil Cutrim (MA) e
Flávio Nogueira (PI). Eles desrespeitaram o “fechamento de questão” – quando o
partido se compromete a votar em bloco para determinada matéria e a decisão
deve ser cumprida por todos sob risco de punição. A decisão do partido por votar
contra a reforma foi tomada em março deste ano, em reunião do Diretório
Nacional.
Em
nota, o partido defende que a decisão é coerente com a reunião do Diretório
Nacional de março, na qual a legenda fechou questão por unanimidade contra a
reforma. "De acordo com o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, a
decisão do Diretório Nacional é soberana e representa todas as instâncias
partidárias", diz a nota. Lupi ressalta ainda que o PDT tem uma proposta
paralela, que estaria sendo divulgada pelo ex-candidato à presidência Ciro
Gomes em "todos os cantos do Brasil".
Ainda
assim, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, diz que acredita na mudança
de posicionamento dos correligionários no segundo turno da votação da reforma
na Câmara, em agosto. “Acreditamos que o ser vivo é capaz de evoluir. Quem sabe
alguns evoluam... O que está se fazendo de maldade com a base da sociedade que
ganha até R$ 2,5 mil...”, afirmou Lupi, emendando que espera na boa vontade dos
parlamentares para voltar atrás e votarem com o partido.
Embora
o processo disciplinar ainda esteja em seu início, o PDT decidiu suspender as
atividades partidárias dos oito parlamentares até a decisão do diretório.
Significa que, nos próximos meses, os deputados não podem usar o partido e
perdem as funções que têm por causa da falta de uma legenda.
Eles
podem ser retirados das comissões que integram na Câmara, estão proibidos de
falar em nome do partido e de ter funções em nome do partido, mas podem
participar das decisões internas até a decisão final do relatório.
O
voto dos oito deputados gerou polêmica nos últimos dias, desde a votação na
última quarta-feira (10/7). Os comentários na internet se referiram,
principalmente, à estreante Tábata Amaral (SP), que publicou um vídeo
justificando o voto.
A
reforma da Previdência foi aprovada em 1º turno por 379 votos contra 131. O
projeto precisava de 308 para passar. Três parlamentares se abstiveram. Desde
então, a Câmara dos Deputados analisa os destaques, que envolvem temas como o
regime de aposentadoria dos professores.
Com
informações portal Correio Brasiliense
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