O
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se pronunciou a
favor do jornalista Glenn Greenwald ontem (30/07). Em vídeo,
transmitido durante ato de apoio ao jornalista do site The Intercept,
organizado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro,
Maia rejeitou a ideia de que Greenwald tenha cometido crime e, ao mesmo tempo,
criticou indiretamente a divulgação de nomes dos hackeados pelos suspeitos
presos na Operação Spoofing, da Polícia Federal.
"Um
hacker que consegue de forma ilegal dados de pessoas, isso precisa ser
investigado, descoberto e punido. Por outro lado, um agente público que vaza
informações sigilosas, que estão sob seu comando, também comete crime",
disse Maia.
"Todos os dois, que passam informações para a sociedade para
que tenhamos mais transparência, como muitos defenderam nos últimos cinco anos,
estão cometendo atos ilícitos", completou.
Rodrigo
Maia, no entanto, ressaltou que, ao divulgar tais conteúdos, um jornalista não
comete crime. "Um agente público com informação sigilosa entregou a um
meio de comunicação e ele (o meio) deu divulgação, ele (o agente público) está
protegido pelo sigilo, que é um direito democrático no nosso país",
afirmou. "Não é pelo Glenn, mas a favor da nossa liberdade de
expressão", finalizou, sob gritos dos presentes.
O
parlamentar já tinha se queixado antes da divulgação dos depoimentos dos
acusados de hackear telefones de autoridades, mesmo com a investigação correndo
em sigilo. Nas informações divulgadas, constam que, além do ministro da
Justiça, Sergio Moro, também também teriam sido invadidos telefones do próprio
Maia e de outras autoridades, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP); ministros de tribunais superiores; e até o presidente Jair Bolsonaro.
Mais
tarde, o deputado usou o Twitter para voltar ao assunto. “Sou a favor da
liberdade de imprensa em qualquer circunstância e defendo o sigilo da fonte.
Isso está assegurado na nossa Constituição”, escreveu.
Em
defesa de Glenn Greenwald
Ao
menos 10 entidades da sociedade civil aderiram ao ato organizado pela ABI em
solidariedade a Greenwald, criador do site que, desde junho, vem divulgando
conversas pelo celular atribuídas a Sergio Moro e procuradores que integram a
força-tarefa da Lava-Jato.
Durante
o evento, no qual também estavam presentes personalidades como o ator Wagner
Moura, Marcelo D2 e Camila Pitanga, Greenwald agradeceu o apoio que vem
recebendo de outros jornalistas e da sociedade civil, e definiu o governo
Bolsonaro como "autoritário". "É uma força saber que os
jornalista investigativos estão defendendo uma imprensa livre contra um governo
autoritário", disse.
Greenwald
afirmou ainda que vem sendo julgado por Bolsonaro também por ser gay. "É
muito surreal ser julgado moralmente por ser casado com uma pessoa há 15 anos e por adotar duas crianças
em um país que tem 47 mil crianças em abrigos sem família, sem apoio",
afirmou.
Após
a transmissão do vídeo, Glenn também usou o Twitter para agradecer o apoio de
Maia. "Obrigado @RodrigoMaia. Como eu disse várias vezes: uma imprensa
livre não tem ideologia. É democracia x autoritarismo", declarou.
Com
informações portal Correio Brasiliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.