O
coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, declinou os
convites para que prestasse esclarecimentos no Congresso Nacional sobre
mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Ele havia sido chamado
para comparecer à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados (CDHM) nesta terça-feira (09/07) e à Comissão de Constituição, Justiça
e Cidadania do Senado (CCJ) em data a ser agendada.
Em
ofício enviado aos dois colegiados nesta segunda-feira (08/07), Dallagnol disse
considerar que suas manifestações a respeito dos diálogos atribuídos a ele, ao
minstro da Justiça, Sérgio Moro e a outros procuradores devem ocorrer na
"esfera técnica".
Autor
do convite para a audiência na Câmara, o deputado Rogério Correia (PT/MG) disse
que os diálogos trocados por meio do aplicativo Telegram demonstram uma ação
que interferiu no trabalho do Ministério Público Federal e que, por isso,
gostaria de ouvir Dallagnol.
Na
CCJ do Senado, o convite ao procurador foi aprovado no último dia 18. O
requerimento foi apresentado pelo senador Angelo Coronel (PSD/BA) e a ideia era
apurar a "suposta e indevida coordenação de esforços" na Operação
Lava-Jato.
O
ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, atendeu os convites
feitos pelo Senado e pela Câmara, onde o ex-juiz compareceu na semana passada.
A sessão foi marcada por bate-bocas entre os deputados e, mais uma vez, Moro
disse que as mensagens podem ter sido alteradas.
Na
próxima quinta-feira (11/7), será a vez do jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site responsável pela
divulgação das conversas, ser escutado pelos senadores. O convite ao jornalista
partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), líder da oposição no Senado. De
acordo com ele, a justificativa é de que o conteúdo revelado mostra que membros
do Ministério Público e do Poder Judiciário agiram contra os princípios da
imparcialidade.
Glenn
já compareceu a Câmara dos Deputados onde reafirmou a autenticidade das
conversas e disse ter sofrido diversas ameaças depois da divulgação das
matérias.
Desde
9 de junho, o site The Intercept Brasil tem divulgado reportagens com conversas
atribuídas ao ministro Sergio Moro e aos procuradores da Lava Jato, que teriam
sido trocadas durante as investigações da operação.
Com
informações portal Correio Brasiliense
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