Nova
reportagem do portal The Intercept Brasil reproduz conversa entre o hoje ministro
da Justiça Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol na qual o ex-juiz admite
receio de que uma investigação possa causar incômodo ao ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (PSDB).
Na
troca de mensagens revelada por Intercept, de abril de 2017, Moro dirige-se ao
coordenador da Lava Jato e diz achar uma eventual apuração contra FHC
"questionável, pois melindra alguém cujo apoio é importante".
O
diálogo se segue à divulgação de que informações sobre possíveis repasses da
empreiteira Odebrecht para as campanhas presidenciais do tucano em 1994 e 1998
tinham sido encaminhadas pela Lava Jato ao Ministério Público em São Paulo.
Noutro
trecho, o site exibe conversas de procuradores que haviam detectado indícios de
irregularidades em doações para o Instituto Fernando Henrique Cardoso, entre
2011 e 2012. Um dos promotores, Roberson Pozzobon, sugere então que a entidade
seja alvo de diligência juntamente com o Instituto Lula, também na mira do
Ministério Público Federal.
O
plano logo é abandonado, aponta o Intercept, porque os membros da força-tarefa
demonstram preocupação de que a defesa do instituto de FHC acabe por favorecer
a de Lula no processo.
Em
nota publicada ontem, o Ministério da Justiça voltou a negar a validade das
conversas mostradas pelo site. A pasta "não reconhece a autenticidade de
supostas mensagens obtidas por meios criminosos, que podem ter sido editadas e
manipuladas, e que teriam sido transmitidas há dois ou três anos".
O
comunicado registrou ainda nunca ter havido "interferência no suposto caso
envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi remetido
diretamente pelo Supremo Tribunal Federal a outro juízo, tendo este reconhecido
a prescrição".
Também
por nota, o MPF repetiu argumento do Ministério da Justiça e disse que a
petição nº 6.794, relacionada ao caso de FHC, foi apresentada pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF e encaminhada em seguida à Justiça
em São Paulo.
"Ou
seja, o caso sequer era de atribuição da força-tarefa Lava Jato de Curitiba e
ela não teve qualquer participação na decisão de seu envio para outra unidade
do Ministério Público Federal ou na análise de eventual prescrição",
defendeu a Lava Jato.
A
nota segue criticando o The Intercept, que acusa de "tendencioso" e
cuja reportagem pretende "criar artificialmente uma realidade inexistente
que dê suporte a teses que favoreçam o ex-presidente Lula".
De
acordo com o MPF, o site "continua a fabricar narrativa
político-partidária a partir de diálogos cuja autenticidade e integridade
insiste em não submeter à comprovação". O texto conclui afirmando que
"diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker ao se passar por autoridades
e seus interlocutores" e que uma "informação conseguida por um
hackeamento ilegal traz consigo dúvidas inafastáveis".
Com
informações portal O Povo Online
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