Sessão da 2ª turma do STF durante o julgamento do Habeas Corpus de Lula (Foto: Nelson Jr) |
A
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), mais uma vez não apreciou o mérito do Habeas impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado no caso do triplex de Guarujá (SP). Os advogados de Lula questionam a conduta do ex-juiz
Sergio Moro, que consideram parcial, e pedem que a sentença seja anulada. Se o
pleito fosse acolhido, a ação do triplex voltaria para a estaca zero.
O
HC de Lula foi apresentado ao Supremo ainda no fim do ano passado, logo depois
de Moro aceitar o convite do então presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para
assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Até agora, apenas Cármen
Lúcia e Edson Fachin avaliaram seu mérito, rejeitando-o.
Duas
semanas atrás, o ministro Gilmar Mendes, que havia pedido vista do caso,
liberou-o para voto. Em seguida, a defesa do ex-presidente indexou ao pedido
original as reportagens do site The Intercept Brasil que revelam diálogos
atribuídos a Moro e ao coordenador da Lava Jato no Ministério Público Federal
(MPF), Deltan Dallagnol.
De
acordo com o veículo, as conversas evidenciam que Moro colaborou indevidamente
com uma das partes do processo, o que é vedado pelo Código de Processo Penal.
Ontem,
depois de vaivém sobre a inclusão do habeas corpus na pauta, Cármen Lúcia, que
preside a Segunda Turma, decidiu discuti-lo. Os magistrados, todavia, não
chegaram a avaliar o mérito do pedido, ou seja, não apreciaram efetivamente a
pretensa suspeição de Moro, que ficou para a volta do recesso do Judiciário, a
partir de agosto.
Como
não houvesse tempo hábil para deliberar sobre o teor do HC ontem mesmo, Gilmar
Mendes interrompeu a leitura do seu voto e sugeriu que o grupo concedesse uma
liminar para soltura de Lula até que o STF volte a se debruçar sobre o tema.
A liminar foi recusada
pela maioria do colegiado, que, além de Lúcia e Mendes, é formado ainda por
Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Fachin, relator da Lava Jato na Corte. Os
votos favoráveis a Lula foram de Mendes e Lewandowski.
Nas
justificativas, os dois ministros se referiram às dúvidas que as reportagens do
Intercept haviam levantado sobre a atuação de Moro à frente do julgamento de
Lula na Lava Jato. Para Mendes, porém, é preciso esperar até que as conversas
sejam validadas juridicamente.
Antes
desse HC, o Supremo havia recusado outro habeas corpus de Lula pedindo anulação
de decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Felix Fischer que
barrou monocraticamente um recurso do ex-presidente. O pedido foi afastado por
4 votos a 1.
Advogado
do petista, Cristiano Zanin Martins avalia que o resultado foi positivo.
"A tão-só existência de dúvida deve militar em favor do acusado",
afirmou Zanin logo após a sessão. De acordo com ele, o foco continua sendo a
liberdade do ex-presidente. "É o único resultado compatível para uma
pessoa que não cometeu crime", disse.
Com
informações portal O Povo Online
Leia
também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.