O deputado Valtenir Pereira, relator da matéria participou de encontro entre prefeitos e vereadores de municípios cearenses e a bancada federal em Fortaleza (Foto: Reprodução) |
A
unificação das eleições municipais, estaduais e federais está em pauta no
Congresso, com o objetivo de economizar recursos gastos a cada dois anos.
Dentre as opções para a concomitância de gestões, prefeitos e vereadores
cearenses defendem a prorrogação dos atuais mandatos, para que em 2022 possam
ser eleitos para todos os cargos — de prefeito a presidente. Parlamentares,
contudo, consideram que a proposta tem pouca perspectiva de ser aprovada.
Em
encontro entre prefeitos e vereadores de municípios cearenses e a bancada
federal ontem (07/06), o tema foi um das discussões centrais, contando com a
presença do relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara, Valtenir Pereira (MDB-MT).
A
unificação de mandatos, explica o presidente da Associação de Municípios do
Ceará (Aprece), Nilson Diniz, será positiva para a convergência de planejamentos
das gestões municipais e estaduais.
"Há
sempre uma discussão negativa sobre ter que prorrogar. O importante é que a
gente possa pensar no futuro onde os programas plurianuais pudessem coincidir e
pudessem se somar", afirma.
Guto
Mota, presidente da União de Vereadores do Ceará, destaca a economia que deverá
ser gerada caso as eleições ocorram apenas a cada quatro anos. Valtenir Pereira
concorda e explica que dentre as três alternativas para a unificação das
eleições — eleição em 2020 para um mandato tampão; eleição em 2020 para um
mandato de seis anos ou prorrogação dos mandatos municipais atuais —, a
economia na última opção será significativa, ao contrário das anteriores.
"(Podemos)
Economizar R$ 3 bilhões fazendo com que só aconteça em 2022 uma eleição geral —
municipal, estadual e federal. Eu estou falando de orçamento geral da União,
porque isso pode chegar a R$ 10 bi, R$ 12 bi, porque você tem os custos que o
prefeito tem indiretamente", relata.
Deputados
federais cearenses, porém, não são tão otimistas quanto o relator. "Eu sou
a favor da unificação dos mandatos, sei que os prefeitos querem, mas hoje não
tem clima para aprovação lá", enfatiza Eduardo Bismarck (PDT). Ele lembra
a votação em 2018, na qual matéria semelhante foi votada e derrotada no
Congresso. "Já foi para o plenário na legislatura passada e não foi
aprovada. Agora, está indo de outra forma, mas o que eu sinto em Brasília é um
que será difícil", completa AJ Albuquerque (PP).
O
próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já se colocou contrário à
matéria. "Ele não tem interesse e quem pauta é ele. Se ele não quiser, ele
não pauta", explica Leônidas Cristino (PDT). Contudo, ao contrário dos
colegas, ele considera que, "se pautar, eu acho uma possibilidade
importante de ser aprovada essa matéria". O desafio, segundo ele, seria o
Senado.
Para
Robério Monteiro, existe um "sentimento" favorável à aprovação, mas
ele não sabe se os colegas de Casa darão "a cara para bater". "A
questão principal é: essa PEC tem que ser aprovada até setembro deste ano. Nós
estamos correndo contra o tempo", enfatiza.
Com
informações portal O Povo Online
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