É
visível que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, ainda testa hipóteses para
encontrar o ponto certo de seu discurso de defesa, em relação à denúncia de que
atuou de maneira parcial, numa espécie de conluio com a força-tarefa do
Ministério Público Federal, como juiz da operação Lava Jato.
Até nem vejo este como o problema central de sua estratégia errática, merecedora de crítica maior no ponto em que minimiza o conteúdo do que foi publicado até agora pelo site The Intercept Brasil, dizendo que nada vê de grave nos diálogos tornados públicos.
Até nem vejo este como o problema central de sua estratégia errática, merecedora de crítica maior no ponto em que minimiza o conteúdo do que foi publicado até agora pelo site The Intercept Brasil, dizendo que nada vê de grave nos diálogos tornados públicos.
Há
trechos graves, sim, nas conversas, via Telegram, nas quais aparece o então
juiz federal, responsável pela 13ª Vara de Curitiba. É fato que o registro de
um magistrado discutindo aspectos do processo com uma das partes não
caracteriza, em si, uma irregularidade.
O que há exposto no material jornalístico, porém, é muito mais do que isso, mesmo consideradas as dúvidas sobre a autenticidade do que está publicado.
O que há exposto no material jornalístico, porém, é muito mais do que isso, mesmo consideradas as dúvidas sobre a autenticidade do que está publicado.
A
questão central é que a postura correta que se espera de Moro, diante da
situação, é uma negativa clara de que as tais conversas tenham acontecido com
aquele teor divulgado pelo site, criminoso em alguns aspectos.
Há, ali, um julgador orientando uma das partes, instruindo sobre como um dos lados (sempre o mesmo) deve proceder, sinalizando previamente como decidirá mais adiante em determinada situação, sugerindo sobre quem deve ser poupado da investigação para evitar melindre contra "alguém cujo apoio é importante", enfim, são diálogos nos quais não cabe a participação de um magistrado. Não caberia, pelo menos.
Há, ali, um julgador orientando uma das partes, instruindo sobre como um dos lados (sempre o mesmo) deve proceder, sinalizando previamente como decidirá mais adiante em determinada situação, sugerindo sobre quem deve ser poupado da investigação para evitar melindre contra "alguém cujo apoio é importante", enfim, são diálogos nos quais não cabe a participação de um magistrado. Não caberia, pelo menos.
Em
seus piores momentos das nove horas de debate com os senadores, ontem, o
ministro da Justiça enredou-se pelo caminho da relativização do conteúdo
publicado, alegando não ter visto nada de grave até agora. Neste ponto torna um
pouco pior o quadro de crise que o envolve, de maneira inédita após longo tempo
apenas de louvação, ao permitir que se coloque em discussão uma perspectiva de
método e que surjam dúvidas quanto ao conjunto de suas decisões ao longo de uma
história de 22 anos como magistrado.
Não será apenas de Lava Jato, com toda sua força midiática, de que se estará falando.
Não será apenas de Lava Jato, com toda sua força midiática, de que se estará falando.
Com
informações portal O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.