A
cortesia e o pretenso heroísmo com que o ex-juiz Sergio Moro foi tratado
durante anos pelos grandes jornais do Brasil já é página virada.
Após a
divulgação das conversas que mostram o conluio do hoje ministro da Justiça de
Jair Bolsonaro (PSL) com procuradores da Lava Jato, em especial Deltan
Dallagnol, a Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo colocam Moro no limbo e, em
editoriais, falam em renúncia da pasta, que assumiu a pouco mais de seis meses.
O
Estadão diz que “causou compreensível estupefação o conteúdo” das conversas,
que indicam uma “uma relação totalmente inadequada – e talvez ilegal – entre o
magistrado e os procuradores da República, com implicações políticas e
jurídicas ainda difíceis de mensurar”.
“Fariam
bem o ministro e os procuradores envolvidos nesse escândalo, o primeiro, se
renunciasse e, os outros, se se afastassem da força-tarefa, até que tudo se
elucidasse”, opina o jornal.
Já
a Folha de S.Paulo, diz que as “mensagens oriundas de ato ilícito mostram
comportamento às raias da promiscuidade”.
“Não
é forçando limites da lei que se debela a corrupção. Quando o devido processo
não é estritamente seguido, só a delinquência vence”, afirma o texto,
intitulado “Pelo devido processo”, ressaltando que não é de hoje que quem
acompanha os meios jurídico e político observa a relação promíscua entre Moro e
investigadores da Lava Jato.
“Trechos
de mensagens privadas divulgados pelo site The Intercept sugerem que o juiz nem
sempre observou a equidistância entre acusação e defesa. Deu dicas de
estratégia processual aos procuradores sob o comando de Deltan Dallagnol,
repassou-lhes o nome de um possível denunciante e cobrou-lhes pelo estio de
operações policiais”, destaca o editorial da Folha.
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