O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, leu uma carta de Bolsonaro pedindo aprovação da MP (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom) |
Após
idas e vindas, o Senado aprovou ontem (28/05) a Medida Provisória 870, que trata da reforma administrativa do governo Bolsonaro. A
decisão foi apoiada por parlamentares de PT e PSL e criticada por legendas do
centrão. A
Casa manteve, porém, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e não com Sergio Moro (Justiça e
Segurança Pública), como defendeu o ex-juiz da Lava Jato em articulação com
senadores ontem.
Também
ontem, contudo, Bolsonaro enviou carta ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP). Nela o pesselista pedia que o Legislativo preservasse o texto-base da
MP, de modo que não retornasse para a Câmara dos Deputados, que a aprovou na
última quinta-feira, 23.
O apelo do presidente tentava
evitar o risco de que, ao voltar para a Câmara, a MP pudesse caducar (sua
validade é 3/6), e o Governo passasse a ter novamente 29 pastas, como era na
gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB).
"O
referido projeto, que versa sobre a reforma administrativa, urgente à
austeridade e à sustentabilidade da máquina pública, saiu da Câmara com mais de
95% de sua integralidade", escreveu Bolsonaro.
Subscrita
por Guedes, Moro e Onyx Lorenzoni (Casa Civil), a carta solicitou ainda "a
união de esforços de todos os Poderes da República em nome das demandas
autênticas de mudanças almejadas por toda a população brasileira".
O
texto-base da MP que reestrutura a Esplanada foi aprovado por 70 votos a 4.
Numa manobra do líder do governo e relator da matéria, o senador Fernando
Bezerra Coelho (MDB-PE), a votação foi nominal.
O
recurso impediu que a votação seguinte, do destaque que tratava do Coaf, fosse
também pelo mesmo modelo. Pela contagem do presidente do Senado, apenas 30
parlamentares votaram para que o Coaf continuasse com Sergio Moro.
Líder
do PSL na Casa, Major Olímpio, que havia ameaçado deixar a legenda se o Coaf
fosse retirado da Justiça, acabou recuando e orientou voto pela aprovação da MP
como tinha sido encaminhada pela Câmara.
Antes
de colocar o texto em votação, Alcolumbre tentou um acordo com líderes de partidos.
Por mais de duas horas, a portas fechadas, tentou convencer os colegas para que
não houvesse pedidos para que a questão do Coaf fosse votada nominalmente.
Encontrou resistências.
Nem
a carta de Bolsonaro nas mãos foi suficiente para demover os senadores. Quem
acompanhou a discussão disse que os principais opositores ao acordo eram os
senadores Álvaro Dias (Podemos-PR) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que diziam
querer ouvir as ruas antes de tomar qualquer decisão.
"Imagino
as pessoas que foram às ruas indignadas com o acordo que o governo fez mesmo
contra o interesse do ministro Sergio Moro", afirmou Randolfe.
O
PT, que estava disposto a fazer oposição, não demonstrou empecilho para o
governo na reunião. "Ver Bolsonaro, centrão e PT juntos não tem preço",
ironizou Randolfe.
Com
informações portal O Povo Online
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