Camilo Santana, a bancada federal e os reitores no Palácio da Abolição (Foto: Mauri Melo) |
O
governador Camilo Santana (PT) recebeu deputados federais e o senador Cid Gomes
(PDT) para uma reunião com os reitores das quatro instituições federais de
ensino superior existentes no Ceará. A intenção era desenvolver estratégias
para reverter o bloqueio orçamentário decretado pelo Ministério da Educação e
que atinge a verba discricionária, ou não obrigatória, de todas as
universidades e institutos federais do País com um corte de, pelo menos, 30%
dos recursos.
Na
saída do encontro, que ocorreu na manhã de ontem no Palácio da Abolição, a
principal estratégia anunciada pelos parlamentares cearenses é continuar a
obstrução nas comissões e no plenário do Congresso. A intenção é não permitir
que haja nenhuma votação dentro das casas legislativas, impactando inclusive
matérias de interesse do governo federal, como a PLN 4, chamada de Regra de
Ouro e que tramita na Comissão Mista de Orçamento da Câmara Federal.
"A
gente sabe que o governo não vai se sensibilizar apenas com palavras. (Então)
Queremos que ele possa realmente tomar conhecimento que o poder legislativo tem
condições de reverter isso (bloqueio) através de uma ação política muito
forte", explica o líder da bancada do PDT na Câmara, André Figueiredo.
"(É necessário) Nós ampliarmos a nossa resistência na Câmara Federal que será total, ampla e irrestrita a partir de amanhã (hoje)", completa José Guimarães (PT).
"(É necessário) Nós ampliarmos a nossa resistência na Câmara Federal que será total, ampla e irrestrita a partir de amanhã (hoje)", completa José Guimarães (PT).
Outra
estratégia deverá ser o convite e mesmo a convocação do ministro da Educação,
Abraham Weintraub, tanto no Senado como na Câmara. Além disso, há a perspectiva
de a bancada cearense fortalecer as mobilizações agendadas em diversas cidades
na próxima quarta-feira, 15, em defesa da educação brasileira.
Responsável
pela articulação no encontro, Camilo Santana destaca ainda a ação dos
governadores de estados nordestinos, que em reunião com o presidente Jair
Bolsonaro na última semana colocaram a reversão do bloqueio como pauta
prioritária.
"Esperamos sensibilidade do presidente para rever essa decisão de imediato. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que esse bloqueio de verbas das universidades seja revisto o mais rápido possível", disse..
"Esperamos sensibilidade do presidente para rever essa decisão de imediato. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que esse bloqueio de verbas das universidades seja revisto o mais rápido possível", disse..
O
bloqueio orçamentário nas instituições de ensino superior já ocorreu e deve
impossibilitar o funcionamento de algumas delas a partir do segundo semestre.
"A universidade do Cariri é uma universidade em expansão. Nada do que a
gente estava planejando, vai acontecer porque teve bloqueio. O planejamento
todo foi por água abaixo. Prejudica toda uma região", exemplifica Ricardo
Ness, reitor da Universidade Federal do Cariri. No Ceará, foram bloqueados R$
108 milhões das quatro instituições de ensino superior cearenses.
Reitor
da Universidade Federal do Ceará (UFC), Henry Campos considera importante o
diálogo aberto entre parlamentares e gestores das instituições federais
cearenses. "Nós vamos municiá-los de informações sobre o perfil das
universidades, o que elas fazem, qual a importância da pesquisa", afirma.
"Um corte desse porte não é solução para crise, na verdade aprofunda a crise a curto, médio e longo prazo. Nós esperamos que isso possa ser revisado o quanto antes pelo governo federal", completa Alexandre Costa, reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.
"Um corte desse porte não é solução para crise, na verdade aprofunda a crise a curto, médio e longo prazo. Nós esperamos que isso possa ser revisado o quanto antes pelo governo federal", completa Alexandre Costa, reitor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.
Com
informações portal O Povo Online
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