4 de maio de 2019

O discurso de campanha é diferente da gestão, diz Wagner sobre Bolsonaro


O deputado federal Capitão Wagner (Pros) segue criticando os dias de Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência. Opositor da reforma previdenciária que tramita na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, o parlamentar disse que o discurso do presidente foi um na campanha eleitoral e no período de Congresso, mas tornou-se outro após ter vencido Fernando Haddad (PT) em 2018.

Acompanhado de correligionários locais do Pros e de deputados de outros estados, Wagner esteve ontem na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) para debater os impactos do texto sobre policiais e bombeiros militares.

Ele destacou que a proposta deixou a categoria "no limbo", isto é, sem qualquer regra específica. Ele interpreta a elevação do tempo mínimo de serviço, de 30 para 35 anos, como não razoável. Ressalta que estes profissionais têm rotina diferente das demais. "Já que não têm carga horária definida, não têm garantia, não podem se sindicalizar, não podem fazer greve, que tenham tratamento diferenciado", opina.

Wagner lembra que, na discussão da proposta previdenciária do ex-presidente Michel Temer (MDB), o então deputado Bolsonaro classificava a idade mínima de 65 anos como criminosa. "A proposta dele está chegando nessa idade", critica.

O entendimento do deputado, todavia, é diferente do da oposição encampada por siglas à esquerda. Acredita que a tramitação do texto deve ser célere e o debate pautado em números, sem questões ideológicas. Diz que apresentará emendas e tentará angariar assinaturas - são necessárias 171, pelo menos.

Uma das emendas que apresentará com companheiros de partido, diz, refere-se ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e à aposentadoria rural. "Além de discutir o sistema de capitalização. Em vez de economia, gera gasto adicional para o Governo Federal de R$ 378 milhões. É contraditório".

Mesmo com a aprovação da Reforma, a projeção que faz é negativa. Para ele, o mercado financeiro seguirá desmotivado com o País, já que o Palácio do Planalto ainda demonstra incapacidade de governar.

Wagner entende que os parlamentares que votarem a favor da proposta sentirão o reflexo da escolha nas urnas em 2020.

Já anunciado postulante à Prefeitura de Fortaleza, o líder do Pros estava apalavrado com o presidente do PSL no Ceará, Heitor Freire, para a corrida eleitoral.

Até então, ele dava prioridade à sigla de Bolsonaro para a sua vice. Contudo, o presidente municipal do PSL e deputado estadual, André Fernandes, sinalizou que sigla deverá ter candidato próprio. O motivo, alegou o estadual, é porque o nome do partido para a sucessão de Roberto Cláudio (PDT) tem de ser "100% identificado com o presidente Jair Messias Bolsonaro". Freire, por sua vez, ainda diz ver a aliança com bons olhos.

Com informações portal O Povo Online

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