Chefes
do Executivo de 14 estados do País divulgaram ontem carta contra o decreto
assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que flexibiliza o
acesso às armas de fogo.
O
documento é assinado pelos governadores dos nove estados do Nordeste, aos quais
se somam os Chefes de executivo do Distrito Federal, Tocantins, Amapá e
Espírito Santo. O texto solicita a "imediata revogação" do decreto
para que avance uma "efetiva política responsável de armas e munição"
no Brasil.
Os
governadores escrevem que a violência e a insegurança públicas afetam os
estados e representam um dos maiores entraves ao desenvolvimento econômico e
humano.
"Nesse
contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e munições usadas de
maneira ilícita representa um enorme desafio para a segurança pública do país e
é preciso enfrentá-lo", argumentam.
No
último dia 8, o presidente esteve reunido com governadores para ressaltar a
importância da aprovação da reforma da Previdência, que tramita na Comissão
Especial da Câmara dos Deputados.
É
em cenário de tensionamento que na próxima sexta-feira ele retornará a ver
governadores, em sua primeira agenda no Nordeste, em Recife (PE). Na ocasião
há, inclusive, a possibilidade de a carta ser entregue nas mãos do pesselista.
Segundo
Camilo Santana, espalhar armas não resolverá a questão da segurança pública.
Para ele, é importante que se invista na proteção das fronteiras e nas forças
de segurança estaduais e federais. "Para ter condições de desarmar os
bandidos e enfrentar o crime organizado", diz ele.
O
petista ressalta ainda que é necessário o investimento em educação e geração de
empregos para a diminuição de desigualdades sociais.
O
deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) entende que a tendência é de que o
decreto seja derrubado na Câmara. Ele diz que Projeto de Decreto Legislativo
(PDL) para bloquear efeitos da medida já foram apresentados.
A
contraposição à lógica armamentista, diz Bismarck, está presente dentro da
própria base de Bolsonaro nas casas legislativas. "Você pega, por exemplo,
os evangélicos, eles são contra."
No
Senado, Eduardo Girão (Pode-CE), que manifestou voto em Bolsonaro durante
campanha, apoia a iniciativa dos governadores. "O Brasil infelizmente
ostenta um dos mais altos índices de violência, e não é jogando querosene que
vamos apagar esse fogo. Arma não é instrumento de defesa", critica.
Ele
ressalta que inseriu sua assinatura em um dos PDLs (nº 238/2019) para bloquear
a medida de Bolsonaro, "que é o que acredito que acontecerá, pelas
manifestações dos colegas senadores", pontua.
Governista,
o deputado federal Heitor Freire (PSL) diz que o presidente atendeu a anseio da
população. No Congresso, ele diz, deputados defenderão o decreto. Ele avalia
que Bolsonaro deu "igualdade de condições com o bandido que foi
fortalecido durante 13 anos de Governo do PT."
Os
armamentos liberados seriam:
Pistola
ponto 40
Pistola
nove milímetros
Pistola
calibre 45
Carabinas
semiautomáticas
Fuzil
T4
Com
informações portal O Povo Online
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