2 de maio de 2019

Ciro e a esquerda por Érico Firmo


Os protestos do primeiro Dia do Trabalho no governo Jair Bolsonaro (PSL) pretendiam ser sinalização de união de diferentes forças em contraponto a políticas do atual governo. Funcionou até certo ponto. 

A lacuna principal foi a ausência de Ciro Gomes. O presidente do PDT, Carlos Lupi, até estava presente. O ex-governador do Ceará chegou a confirmar participação, segundo os organizadores, mas depois cancelou. Sem ele, ficou a esquerda mais tradicional: PT, PCdoB, Psol. Além de Ciro, Marina Silva (Rede) também não apareceu. 

A sinalização de uma grande frente contra a reforma da Previdência e contra Bolsonaro não ocorreu.

Houve o simbolismo da união de centrais sindicais que não se bicam, não se gostam, não se entendem, não se respeitam, mas acham Bolsonaro ainda pior.

Porém, no aspecto político, não houve o indicativo de um novo momento para a oposição de esquerda. Quanto a Ciro Gomes, ele mantém a distancia regulamentar em relação à esquerda tradicional. Sobretudo o PT.

Em seguidas ocasiões, ele deixou claro que considera o desgaste do PT fator que inviabiliza o partido como alternativa de poder e evita ao máximo se misturar. Ciro não quer ser o tipo de esquerda que articulou os sindicatos ontem contra a reforma da Previdência. A dúvida é que cara ele dará ao caminho político que pretende seguir.

Se o governo Jair Bolsonaro (PSL) segue um tanto confuso, a oposição não está menos perdida.

Publicado originalmente no portal O Povo OnlineFoto: Rodrigo Pilha

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