O presidente Bolsonaro durante reunião do Conselho Deliberativo da Sudene (Foto:
Alexandre Gondim) |
A
passagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL) por Pernambuco trouxe poucas
novidades quanto aos planos do Governo Federal para o Nordeste. A principal
delas foi o anúncio de R$ 4 bilhões em recursos do Banco do Nordeste (BNB) para
o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
Um
dos três fundos constitucionais criados para implementar a política de
desenvolvimento entre áreas do País, o FNE tem como objetivo impulsionar o
desenvolvimento dos estados do Nordeste, além do Norte de Minas Gerais e
Espírito Santo. Antes previsto para R$ 23,7 bilhões, o orçamento anual passou a
R$ 27,7 bilhões.
O
presidente do BNB, Romildo Rolim, explica que o recurso já tem destino.
Enquanto R$ 3 bilhões serão direcionados para ações de infraestrutura, R$ 1
bilhão serão utilizados para criar uma nova linha de financiamento, chamada FNE
Crediamigo, com objetivo de subsidiar clientes do programa de microcrédito do
Banco, o Crediamigo.
"Temos
desempregados, mas eles não estão em casa se balançando na rede. Eles têm
atividades de sustentação, mas para isso precisam de crédito", afirma
Rolim. O presidente do BNB participou de uma das agendas de Bolsonaro em
Pernambuco e destacou que a presença do presidente no Nordeste "é prova de
que há preocupação com a Região".
O
anúncio de recursos para o FNE foi feito durante reunião do Conselho
Deliberativo de Desenvolvimento do Nordeste. Com a presença do presidente, de
ministros de Estado e de dez governadores - dos nove estados nordestinos e
Minas Gerais -, o encontro foi organizado pela Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Em
discurso que durou menos de dez minutos e sem a promessa de novos anúncios para
a Região, Bolsonaro se comprometeu a ajudar os "irmãos do Nordeste".
O presidente aproveitou para elencar ações da sua gestão para a região, como o
satélite apresentado pelo ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, Marcos Pontes, que trouxe internet para um milhão de estudantes.
Além
disso, relatou Bolsonaro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina,
encaminhará para as famílias mais pobres 200 toneladas de milho por um preço
mais barato pelo programa 'Vendas em Balcão de Milho'. "Eu apenas sou
maestro de uma orquestra. Nossos ministros trarão, na medida do possível, para
os senhores o que merecem. Eles estarão à disposição para aperfeiçoar o plano
para trazer justiça para a região", complementou.
Parte
da comitiva presidencial, o deputado federal Heitor Freire (PSL) caracterizou
como "tranquilo" o encontro entre Bolsonaro e governadores do
Nordeste - quase todos de partidos oposicionistas ao Governo Federal.
"Tenho certeza que tanto presidente quanto governadores saíram com outra
visão uns dos outros. Nosso presidente nunca se mostrou resistente em conversar
e atender quem quer que seja, independentemente de partido ou bandeira",
destacou.
Contudo,
a opinião do parlamentar não parece ser unânime. "Esperávamos que o
presidente, chegando aqui no Nordeste, trouxesse mais notícias boas",
disse o governador da Paraíba, João Azevedo (PSB). Segundo ele, é preciso que
"efetivamente" o governo mostre a que veio.
A
presença na Região com maior índice de reprovação da gestão - 40% avalia o
governo Bolsonaro como ruim ou péssimo - pode não ser efetiva em uma
aproximação com o Nordeste. "Popularidade não se relaciona com dinheiro,
mas com a capacidade de liderar", afirmou o governador de Alagoas, Renan
Filho (MDB).
Flávio
Dino (PCdoB), do Maranhão, concorda. "Bolsonaro enfrenta dificuldades no
País, não apenas no Nordeste". Quando questionado sobre sua alta rejeição
no Nordeste, o presidente respondeu de forma dura: "Faça uma pergunta mais
inteligente".
Com
informações portal O Povo Online
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