Caixa D'água de Altaneira em imagem de 2008 (Foto: Fabrício Ferraz) |
Uma
informação do radialista João Alves, popularmente conhecido por Garoto Beleza,
sobre a possível demolição da caixa d’água de Altaneira motivou a retratação do vereador
Flávio Correia que reconheceu valor histórico do equipamento e sugeriu a sua restauração,
transformando-a em monumento.
A
posição do vereador veio logo após a crítica do agricultor Romildo Liberalino que
foi taxativo afirmando que deveria “ter requerimento pra concertar e não acabar
com esse patrimônio histórico dessa cidade” e ainda indagou: “pq demoli e não
reformar”.
A
administração do BA decidiu consultar 100 leitores do BA sobre a proposta de demolição
informada pelo Garoto Beleza, apenas 60 responderam as indagações,
transcrevemos algumas delas.
Júnior
Ponciano foi um dos primeiros a responder e assim se manifestou: “A caixa
D'água é muito mais q apenas um reservatório de água fechado, desativado. Esta,
deveria ser tratada como um patrimônio histórico q é. Inclusive, deu nome a um dos maiores times de
futebol da história de Altaneira, o famoso e, hoje, maior campeão do município
e atual campeão regional, CAIXA D'ÁGUA”.
Para
o presidente da Câmara Municipal, vereador Professor Adeilton se houver
condições técnicas e financeiras de mantê-la, deveria cuidar desse patrimônio. “Caso
contrário, sua permanência pode trazer algum risco a segurança de nossa
população”.
Na
mesma linha seguir o professor Paulo Robson: “Se houver condições técnicas de
reformar, mantendo a configuração original, de modo que não coloque em risco a
integridade física de quem trafega/reside no entorno, sou inteiramente
favorável à manutenção do patrimônio histórico. Evidentemente, prevalecendo a
segurança das pessoas”.
O
professor Nicolau Neto disse acredita que a Caixa D'ÁGUA além de ser um símbolo
da luta do povo altaneirense para superar a seca e falta de água, representa um
patrimônio histórico-cultural e que como tal pode e deve ser preservado.
Givanildo
Gonçalves aprofundou ainda mais o debate: “Não é só um patrimônio físico,
histórico e cultural... querer acabar, em vez de preservar e dar mais um passo
para a destruição da memória de um povo, o povo altaneirense” e acrescenta “É
absurdo não perceber que, em nome do progresso e as vezes nem isso, estão
destruindo o que a cidade tem de mais rico e valioso, a sua memória, a sua
própria história”.
O
ex-secretário de Educação, professor Dhony Nergino também se manifestou: “Infelizmente
alguns patrimônios já foram modificados ou destruídos. A
Caixa d'água tem importância tanto pelo período que foi construída nos anos 60,
muito próximo a emancipação de Altaneira, ou seja, é um monumento presente da
história local, teve a missão de armazenamento e distribuição de água para as
famílias de Altaneira, ao julgar pela época e a necessidade do povo com certeza
foi o maior avanço deste período e não sei ao certo mas parece que serviu de
inspiração para um dos times de futebol do município que ganhou os últimos
campeonatos municipais. Acho que se Altaneira quer preservar os seus
patrimônios poderia começar por este que serviu tanto ao povo e pode ser um
marco histórico e patrimonial”.
O
presidente do SINSEMA, professor José Evantuil diz que “seria uma pena ter que
ficar sem ver a imponência da imagem da Caixa D'água” lembra a fachda da Câmara
Municipal e de outros casarões foram destruídas e reforça “Se a construção
estiver em risco de ruir concordo com a demolição, caso contrário, não”.
Outros
altaneirenses se manifestaram em comentários da postagem do BA na rede social Facebook.
O
cantor Robério Pinheiro, mais conhecido por Berim Potência disse ser contra a “destruição
desse pedaço da nossa historia”, se manifestou favorável a proposta de
transformar o equipamento em mirante e ainda lembrou uma estória do seu tempo
de criança; “lembro q quando tinha os boatos do lobisomem diziam pra assustar a
molecada q ele dormia dentro da caixa d’água”.
Edileuza
Ferreira também comentou a postagem afirmando “que tem que preservar o
patrimônio histórico da cidade, se não o lugar perde sua identidade. Fui
passear em Altaneira depois de 15 anos, mas me sentir em outra Cidade...fiquei
feliz por algumas melhoras, mas ao mesmo tempo triste por que fui cheia de
saudades de um lugar que já não existia mais”.
O
professor Pedro Rafael Pereira lembra que “Um povo não é nada sem a sua
memória. Já perdemos muito da nossa identidade com a derrubada das casas e
casarões que traziam em sua arquitetura os traços da história colonial da nossa
região, e não podemos nos dar ao luxo de perder mais esse símbolo histórico.
Sou
contra a demolição”.
Para
Victor Oliveira “Há uma diferença entre o que é antigo e o que é velho, o que é
tradicional e o que é arcaico. O velho, o arcaico perdem sua vitalidade ao
longo do tempo, já o tradicional e o antigo não. Uma coisa pode ser antiga sem
ser velha, tradicional sem ser arcaica. Os monumentos históricos de uma cidade
não podem ser tratados como coisas descartáveis, o tempo é apenas cronológico,
a representatividade e o apreço permanecem. quem é a favor da derrubada pode
pensar: ah, é só uma caixa... Não é. Por trás dela tem muita história e esta
deve ser preservada. Como filho de Altaneira, sou contra à derrubada”.
O
contabilista Ariovaldo Soares, ex-secretário municipal, também comentou a
postagem no Facebook: “Se existe orientação técnica de que não há possibilidade
de recuperação, certamente a melhor opção e transforma la em ponto turístico,
como foi sugerido o Mirante”.
O
professor Paulo Robson e os vereadores Adeilton Silva e Antonio Leite também se
posicionaram favorável a transformação do equipamento em mirante.
Apenas
os jovens Eduardo Amorim, Claudio Gonçalves e Gutemberg Estevão se manifestaram
favorável a demolição.
Eduardo
Amorim comparou a caixa d'água a "subcelebridades": “Ninguém liga, a vida toda, mas
quando morre, querem fazer homenagens e homenagens”. Eduardo complemente que a caixa d'água nunca foi considerada "patrimônio histórico" e que “nunca
olharam pra ela com esse estigma. Inutilizada,
foi abandonada”. Finaliza dizendo que a estrutura corre sérios riscos de desabamento e de ser foco do mosquito Aedes Aegypti. “A
demolição é coisa correta”.
Já Claudio
Gonçalves disse acreditar que a caixa d'água seja um risco para a população
que, por ali, trafega, devido ao seu estado de conservação e que mais sensato
seria demolir para evitar algo pior, disse ainda que acha muito mais
interessante a reforma do forno do continuo.
Por sua Gutemberg
Estevão lembrou que outras espaços mais importantes já foram destruídos. “Se não está em uso, então
não tem problema. Libera espaço,
constrói algo útil!” e complementou “Se demolir pode fazer um epitáfio pra ela. Uma placa homenageando! Pode construir
uma fonte de água, com peixinhos!”.
As
ex-secretárias de Cultura do Município, Mirian Tolovi e Alice Gonçalves não se responderam
ao questionamento do BA, assim como o atual secretário Luiz Pedro.
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