Substituição dos equipamentos, como os utilizados na BR-116 em Fortaleza, será reavaliada pelo Governo Federal (Foto: Aurelio Alves) |
Todas
as lombadas eletrônicas e os radares fixos instalados nas rodovias federais
(BRs) que perpassam o Ceará estão sendo removidos a mando do Departamento
Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit). Por tempo indeterminado, até
que o Governo Federal reavalie a substituição dos equipamentos, de contrato
vencido em dezembro, a fiscalização será feita por radares móveis operados pela
Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Líris
Campelo, superintendente do Dnit no Ceará, explica que, normalmente, quando se
encerra prazo de contrato, os equipamentos de controle de velocidade geridos
pelo órgão têm de ser substituídos. Segundo ela, o trâmite para modernização e
reposição da última remessa — composta por 151 aparelhos — teria começado ano
passado, no tempo correto. O processo, entretanto, estagnou este ano em
Brasília e aguarda aprovação.
Há
exatamente um mês, o Dnit emitiu nota informando que todos os novos contratos
referentes a controle eletrônico de velocidade devem passar por processo de
reavaliação de pontos de instalação. No comunicado, o ministro da
Infraestrutura, Tarcísio Freitas, argumenta não ser razoável que se tenha um
"gasto excessivo" em contratos de lombadas eletrônicas quando este
dinheiro poderia estar sendo aplicado na manutenção das rodovias.
Semanas
depois, no Twitter, o presidente da República, Jair Bolsonaro, escreveu que
negou o pedido do ministério de mais de oito mil novos radares eletrônicos nas
BRs. "Determinei de imediato o cancelamento. Sabemos que a grande maioria
destes têm o único intuito de retomo financeiro ao Estado". Ele também
afirmou que, na revisão dos contratos relativos aos radares, o Governo Federal
deve verificar "a real necessidade de sua existência para que não sobrem
dúvidas do enriquecimento de poucos em detrimento da paz do motorista".
Tanto
radares como lombadas servem para coibir excesso de velocidade. "É uma das
possibilidades de monitoramento. Não acredito que seja determinante, temos
outras que também podem funcionar. A gente deveria trabalhar mais a educação
para o trânsito do que só implantar radar", afirma a superintendente do
Dnit. A gestora, por outro lado, reconhece que a retirada dos equipamentos pode
provocar aumento no registro de ocorrências.
Excesso
de velocidade nas vias, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é um dos
principais fatores de risco de lesões causadas pelo trânsito. Na publicação
Salvar Vidas, disponível online, o órgão cobra que países façam "cumprir a
legislação referente aos limites de velocidade e aplicar as penalidades
apropriadas aos condutores que a infringirem". Diz, também, que a
fiscalização reduz mortes, lesões e custos socioeconômicos consequentes.
Com
informações portal O Povo Online
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