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24 de abril de 2019

Carlos Bolsonaro volta a atacar Mourão


Em mais um ataque ao vice-presidente Hamilton Mourão, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSL), que é filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), usou as redes sociais ontem (23/04) para criticar uma fala de Mourão sobre a crise econômica e política vivida pela Venezuela. 

Na postagem de Carlos, Mourão aparece dando uma entrevista na qual menciona o apoio dos militares venezuelanos ao presidente Nicolás Maduro e diz que a população do país vizinho "tem que estar desarmada porque senão nós iríamos para uma guerra civil na Venezuela, o que seria horrível para o hemisfério como um todo".

A fala de Mourão foi classificada por Carlos como "pérolas que mostram muito mais do que palavras ao vento, mas algo que já acontece há muito tempo", o que seria, na interpretação do vereador, uma reação de alguém que está em seu "último suspiro de vida". A postagem do filho do presidente é outro capítulo do desentendimento entre ele e Mourão.

Na segunda-feira, Carlos já havia condenado o vice-presidente por ter curtido um tuíte crítico a Jair Bolsonaro e elogioso ao militar da reserva feito pela jornalista Rachel Sheherazade. No domingo, o filho do presidente publicou - e depois apagou - um vídeo com críticas ácidas do escritor Olavo de Carvalho aos militares. O texto publicado em suas redes sociais expôs o que diz parecer um convite para uma palestra do vice-presidente nos EUA em que Mourão é chamado de "voz da razão e moderação" no governo marcado por 100 dias de "paralisia política".

A crise que começou digital, não é mais apenas digital. Carlos é visto pelo presidente Bolsonaro como o principal responsável por sua campanha nas redes sociais, e seu vice-presidente, pessoa de tráfego aberto com as forças militares do governo e com o mercado. Mourão tem sido alvo de aliados de Bolsonaro.

Além do filho, na segunda-feira, em mais uma troca de ofensas e provocações virtuais, o vice respondeu ao escritor Olavo de Carvalho, que costuma criticar os militares do governo, dizendo que o escritor que vive nos Estados Unidos deveria se dedicar àquilo que sabe fazer, de fato: a astrologia. Olavo respondeu horas depois, dizendo que não se surpreendia com a ultradireita contrária a Bolsonaro apoiar o vice-presidente.

Os líderes do PSL na Câmara e no Senado, delegado Waldir (GO) e Major Olimpio (SP), criticaram na segunda-feira, ambos em entrevista à Rádio Eldorado, a influência de Olavo de Carvalho sobre o presidente Jair Bolsonaro e saíram em defesa do vice-presidente, Hamilton Mourão, e dos ministros militares, alvo de críticas do escritor. "O mais absurdo é um guru que vive nos Estados Unidos atacar o governo e os militares. O presidente não pode ficar à mercê dessas pessoas e pegar a opinião do louco do dia", disse o deputado Delegado Waldir. 

O Major Olimpio lembrou que o vice-presidente também foi eleito e, por isso, seu papel é "indiscutível". "Ele (Olavo) diz o que quiser, mas não é um ente de governo. Se algumas pessoas do governo acompanham o pensamento dele, eu respeito isso, mas o general Mourão foi eleito com 57 milhões de votos junto com o Jair Bolsonaro. Então, é indiscutível o papel dele", disse o líder.

Ontem à noite, através do seu porta-voz, general Otávio Rêgo Barros, o presidente Bolsonaro tentou amenizar a tropa de farpas públicas pelas redes sociais.

"De uma vez por todas o presidente gostaria de deixar claro o seguinte: quanto a seus filhos, em particular o Carlos, o presidente enfatiza que ele sempre estará ao seu lado. O filho foi um dos grandes responsáveis pela vitória nas urnas, contra tudo e contra todos". afirmou o general.

Com informações portal O Povo Online

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