Em
mais um ataque ao vice-presidente Hamilton Mourão, o vereador carioca Carlos
Bolsonaro (PSL), que é filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), usou as redes
sociais ontem (23/04) para criticar uma fala de Mourão sobre a crise econômica e
política vivida pela Venezuela.
Na postagem de Carlos, Mourão aparece dando uma
entrevista na qual menciona o apoio dos militares venezuelanos ao presidente
Nicolás Maduro e diz que a população do país vizinho "tem que estar
desarmada porque senão nós iríamos para uma guerra civil na Venezuela, o que
seria horrível para o hemisfério como um todo".
A
fala de Mourão foi classificada por Carlos como "pérolas que mostram muito
mais do que palavras ao vento, mas algo que já acontece há muito tempo", o
que seria, na interpretação do vereador, uma reação de alguém que está em seu
"último suspiro de vida". A postagem do filho do presidente é outro
capítulo do desentendimento entre ele e Mourão.
Na
segunda-feira, Carlos já havia condenado o vice-presidente por ter curtido um
tuíte crítico a Jair Bolsonaro e elogioso ao militar da reserva feito pela
jornalista Rachel Sheherazade. No domingo, o filho do presidente publicou - e
depois apagou - um vídeo com críticas ácidas do escritor Olavo de Carvalho aos
militares. O texto publicado em suas redes sociais expôs o que diz parecer um
convite para uma palestra do vice-presidente nos EUA em que Mourão é chamado de
"voz da razão e moderação" no governo marcado por 100 dias de
"paralisia política".
A
crise que começou digital, não é mais apenas digital. Carlos é visto pelo
presidente Bolsonaro como o principal responsável por sua campanha nas redes
sociais, e seu vice-presidente, pessoa de tráfego aberto com as forças
militares do governo e com o mercado. Mourão tem sido alvo de aliados de
Bolsonaro.
Além
do filho, na segunda-feira, em mais uma troca de ofensas e provocações
virtuais, o vice respondeu ao escritor Olavo de Carvalho, que costuma criticar
os militares do governo, dizendo que o escritor que vive nos Estados Unidos
deveria se dedicar àquilo que sabe fazer, de fato: a astrologia. Olavo
respondeu horas depois, dizendo que não se surpreendia com a ultradireita
contrária a Bolsonaro apoiar o vice-presidente.
Os
líderes do PSL na Câmara e no Senado, delegado Waldir (GO) e Major Olimpio
(SP), criticaram na segunda-feira, ambos em entrevista à Rádio Eldorado, a
influência de Olavo de Carvalho sobre o presidente Jair Bolsonaro e saíram em
defesa do vice-presidente, Hamilton Mourão, e dos ministros militares, alvo de
críticas do escritor. "O mais absurdo é um guru que vive nos Estados
Unidos atacar o governo e os militares. O presidente não pode ficar à mercê
dessas pessoas e pegar a opinião do louco do dia", disse o deputado
Delegado Waldir.
O Major Olimpio lembrou que o vice-presidente também foi
eleito e, por isso, seu papel é "indiscutível". "Ele (Olavo) diz
o que quiser, mas não é um ente de governo. Se algumas pessoas do governo
acompanham o pensamento dele, eu respeito isso, mas o general Mourão foi eleito
com 57 milhões de votos junto com o Jair Bolsonaro. Então, é indiscutível o
papel dele", disse o líder.
Ontem
à noite, através do seu porta-voz, general Otávio Rêgo Barros, o presidente
Bolsonaro tentou amenizar a tropa de farpas públicas pelas redes sociais.
"De
uma vez por todas o presidente gostaria de deixar claro o seguinte: quanto a
seus filhos, em particular o Carlos, o presidente enfatiza que ele sempre
estará ao seu lado. O filho foi um dos grandes responsáveis pela vitória nas
urnas, contra tudo e contra todos". afirmou o general.
Com
informações portal O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.