Prestes
a chegar na metade da quadra chuvosa, o sistema de abastecimento hídrico no
Ceará está com 13,45% da capacidade total, somando 2,50 bilhões de metros
cúbicos (m³). O volume é 61,65% maior que no mesmo período do ano passado,
quando o armazenamento era de 1,55 bilhões m³, conforme a resenha diária da
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Apesar de estar em um
caminho de recuperação hídrica, com abastecimento para consumo humano garantido
para este ano, a situação ainda é preocupante.
No
último fim de semana, as regiões de Cariri, Ibiapaba e Sertão Central
registraram precipitações de mais de 100 milímetros (mm). Conforme Raul Fritz,
supervisor da unidade de Tempo e Clima da Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme), há "previsão de retorno das chuvas,
principalmente no dia 28 (amanhã), para a região do Cariri". A previsão é
de nebulosidade variável - cobertura variada de nuvens - com eventos de chuva -
mais de 50% da área sob previsão - em todas as regiões, de acordo com o portal
da Funceme. O mês de março está prestes a alcançar a média histórica de
precipitações, de 203,4 mm, tendo acumulado 192,6 mm.
No
encerramento da quadra chuvosa de 2018, no final de maio, o volume dos
reservatórios era de 17,06%. Já este ano, o aporte registrado no Estado foi de
745,81 milhões m³. O Castanhão, maior açude do Estado, está com 3,60% da
capacidade. Orós e Banabuiú também não estão com volume satisfatório, com 5,24%
e 6,14%, respectivamente.
Conforme
João Lúcio Farias, presidente da Cogerh, as bacias das regiões mais afetadas
pela estiagem, no Centro-Sul do Estado, estão em situação mais crítica. Sãos
elas a bacia do Sertão de Crateús (6,96%) e as da região jaguaribana - Médio
Jaguaribe (3,81%), Alto Jaguaribe (5,86%), Banabuiú (7,67%), Salgado (19,19%) e
Baixo Jaguaribe (41,54%).
"A
gente precisa chegar pelo menos acima de 50% para atender aos múltiplos usos da
águas. O Castanhão pegou menos de 30 milhões m³ de aporte. É uma situação ainda
preocupante", diz. É possível se aproximar do número, segundo João Lúcio,
caso os próximos dois meses da quadra tenham chuvas "com intensidade e nos
locais certos". A região Norte é a única em situação considerada
"confortável", como a bacia do Coreaú (90,34%) e a do Litoral
(80,61%).
Responsável
por atender área mais adensada, a bacia Metropolitana está com 38,94%. Os
reservatórios do sistema metropolitano, que abastecem os açudes Pacajus,
Pacoti, Riachão e Gavião, estão com 48,92%. "É necessário mais aporte
nesses reservatórios para conseguirmos continuar", avalia.
Dos
155 açudes monitorados pela Cogerh, 25 estão com volume acima de 90%, do quais
20 estão sangrando. Outros 94 estão abaixo de 30% da capacidade, 27 estão em
volume morto e dez estão secos.
Com
informações portal O Povo Online
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