A
manifestação contra a proposta de Reforma da Previdência, ontem, em Fortaleza,
reuniu professores, integrantes de movimentos sociais e centrais sindicais,
líderes políticos, trabalhadores da construção civil e estudantes.
Os
protestos saíram da Praça da Imprensa rumo à Praça Portugal pela avenida
Desembargador Moreira durante a manhã, num percurso que durou cerca de duas
horas.
Manifestantes ocuparam
grande parte das duas faixas da avenida Desembargador Moreira. Carros de som
tocavam músicas que criticavam o governo de Jair Bolsonaro. "Se o povo se
unir, a reforma vai cair", dizia uma das canções. Um boneco do presidente
foi levado por organizadores e vaiado. Houve registros de engarrafamentos na
região.
A
manifestação não registrou tumultos, segundo verificou equipe do jornal O POVO nas
ruas. Também não foram identificados policiais ou agentes de segurança.
Segundo
participantes, a Previdência que se planeja aprovar retira direitos dos
trabalhadores e dificulta a aposentadoria. Patricia Facó, da Central dos
Sindicatos Brasileiros, afirma que o movimento foi puxado para demonstrar
"que a classe trabalhadora não fez o rombo da Previdência" e,
portanto, os trabalhadores não deveriam "pagar" por isso. A líder
também pontuou que a reforma prejudica as mulheres, que foram maioria no ato na
Capital.
Com
forte presença de professores e estudantes, aulas em escolas municipais,
estaduais e em universidades foram suspensas.
Will
Pereira, estudante de 22 anos, afirma ter ido ao ato pelo futuro dos jovens e
porque não quer "trabalhar até morrer". "Matematicamente
falando, é praticamente impossível os jovens da periferia se aposentarem aos 60
anos ou 70 por causa da mortalidade", justifica.
Dóris
Soares, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), contesta a
idade proposta para a aposentadoria dos contribuintes. "Os brasileiros não
têm uma perspectiva tão alta quanto estão imaginando. O Brasil pode voltar à
extrema miséria com a reforma".
Em
nota, o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de
Fortaleza (Sindifort) afirma que mulheres, agricultoras, professoras e idosos
serão os maiores prejudicados com a aprovação da emenda à Constituição.
"Além
disso, a reforma dificulta o acesso a uma série de benefícios e estabelece que
idosos carentes irão receber somente R$ 400 entre os 60 e os 70 anos, quando
passam a ganhar um salário mínimo".
Com
informações portal O Povo Online
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