A
demissão do número dois da Educação, Luiz Antonio Tozi, e o agravamento da
crise interna no ministério foram precedidos por uma série de postagens, no
Twitter, do escritor Olavo de Carvalho, "guru" bolsonarista e
responsável pela indicação de dois ministros - entre eles o titular da pasta,
Ricardo Vélez Rodríguez.
As
críticas, entre elas ao próprio Tozi, seriam uma retaliação "ao
expurgo" promovido contra ex-alunos de Olavo dentro do Ministério da
Educação (MEC).
A disputa interna no MEC
envolve pelo menos três grupos: os chamados "olavistas", ligados a
Olavo, os militares ou que foram indicados por eles, e os de perfil mais
técnico, em geral oriundos do Centro Paula Souza (autarquia do Estado de São Paulo
que administra as faculdades e escolas técnicas). Há ainda um grupo formado por
ex-alunos do ministro, de perfil conservador.
Depois
da sucessão de críticas que Vélez passou a receber por se preocupar apenas com
questões ideológicas, os técnicos o convenceram de afastar
"olavistas". Olavo e seus discípulos reagiram.
Em
suas redes sociais, Olavo publicou nos últimos dias dezenas de mensagens com
recados ao governo, a Vélez e a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Na
segunda-feira, ele elogiou a demissão do Coronel Roquetti. Considerado um
desafeto do grupo "olavista" dentro da pasta, Roquetti era diretor de
programa da Secretaria Executiva. Ele se indispôs com o grupo seguidor de
Olavo, que o acusavam de tentar isolar o ministro.
Após
a demissão de Roquetti, Olavo elogiou a medida e publicou que era necessário
"concluir a limpeza". "Diante de uma operação de infiltração
como essa, ninguém pode ser poupado. É preciso mandar todos para a rua, a
começar com o tal Tozi, que estava capitaneando a operação com o Roquetti",
escreveu em seguida.
Olavo
também já fez ameaças ao próprio ministro Vélez Rodríguez, dizendo que um
acordo com grupos que tiveram influência antes da eleição seria um
"crime", e chegou a sugerir a demissão do ministro. "Recomendei
o ministro Vélez, mas se ele cair no erro monstruoso que mencionei (acordo com
quem estava na pasta antes), ponham-no para fora", diz a mensagem
publicada na segunda.
Em
suas redes, Olavo negou ter influência no ministério. "Nada fiz contra o
tal Coronel Roquetti, apenas reclamei contra a remoção de alunos meus",
disse, referindo-se à demissão de olavistas no ministério na semana passada.
Em
outra mensagem, escreveu que não deseja derrubar nenhum ministro e afirmou que
apenas apresentou as pessoas. Ele usou um palavrão para externar sua opinião.
Com
informações portal O Povo Online
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