Manifestação marca Dia da Mulher em Fortaleza

Ato pelo Dia Internacional da Mulher começou no Centro da Capital (Foto: Alex Gomes)

As ruas do Centro de Fortaleza foram tomadas por uma profusão de vozes que se uniram, ontem, pelo Dia Internacional da Mulher. Ato unificado de mais de 60 movimentos sociais se concentrou em frente ao prédio da Justiça Federal antes de sair em caminhada. Segundo a organização, mais de três mil pessoas, sobretudo mulheres, integraram a marcha que seguiu à Praça da Gentilândia.

Indígenas, quilombolas, jovens e idosas não só levantaram faixas e bandeiras com reivindicações que lhes cabiam. Se expressaram tocando instrumentos ou exibindo os seios como manifesto pela liberdade de seus corpos. Reclamaram do alto índice de feminicídio. Lembraram Marielle Franco - vereadora carioca assassinada há um ano, cujo caso ainda não foi solucionado - e outras vítimas de mortes violentas, através do lema "Pela vida das mulheres, somos todas Marielle, Stefhani, Ingrid e Dandara".

"Nosso maior desafio hoje é que permanecer viva. O feminicídio vem crescendo absurdamente. Se pegar os dados do fim do ano pros dias de hoje, a gente vai ver esse aumento exacerbado da morte de mulheres no nosso país e no mundo", afirma Paula Colares, coordenadora nacional do Movimento de Mulheres Olga Benário.

No meio da multidão, com seu hijab rosa - véu característico da cultura e religião muçulmanas - a internacionalista e fotógrafa Karine Garcês fazia coro ao protesto.

"(Trago) A bandeira de luta pela liberdade das mulheres, pela liberdade de escolha, inclusive nós muçulmanas nesse país em que a xenofobia tem crescido bastante. Então, eu estou aqui representando essas mulheres muçulmanas, que também são assediadas e têm seus direitos violados no dia a dia da nossa sociedade. A pauta das mulheres muçulmanas também é a pauta de todas as mulheres", destacou.

Com informações portal O Povo Online