Governador Camilo Santana discursa no Parque de Exposições em Fortaleza (Foto: Mauri Melo) |
No
sétimo ano de escassez hídrica, medidas de convivência com a seca se fazem
imprescindíveis para a sobrevivência no semiárido do Ceará. Associações e
cooperativas de agricultura familiar poderão contar com investimento de R$600
milhões para inclusão produtiva, assistência técnica e sistemas de
abastecimento de água em todo o Estado, por meio do Projeto São José IV. No dia
de São José, ontem, no Parque de Exposições Governador César Cals, mais de 66
mil famílias foram beneficiadas com ações do Projeto São José III, com
investimento de quase R$345 milhões.
Na
ocasião, foram entregues 263 sistemas de abastecimento de água e mais de 10 mil
módulos sanitários domiciliares. As medidas alcançam 524 projetos de
apicultura, avicultura caipira, bovinocultura de leite, fruticultura,
cajucultura, mandiocultura, psicultura, ovinocaprinocultura e produção
diversificada. O governo estadual entregou 12 tratores, além de casas de mel e
equipamentos para apicultura, para casa de farinha e para beneficiamento de
castanha.
O
governador Camilo Santana assinou ainda a ordem de serviço para a implantação
de 307 cisternas de primeira água e 306 sistemas de reúso de água. Também foi
feita a entrega de certificados de projetos de irrigação e títulos de terras,
assinatura de cartas de crédito e a liberação de recursos para o Projeto Paulo
Freire, somando mais R$10 milhões.
"Estamos em fase
final de negociação do novo Projeto São José (IV), a partir da liberação do
financiamento do Banco Mundial. Queremos garantir que o homem do campo cada vez
mais possa construir a sua renda através de uma atividade agrícola bem
sustentada e estruturada. Esse é o papel desses projetos", explicou
Camilo.
De
Assis Diniz, secretário do Desenvolvimento Agrário, detalhou que será lançado
edital de chamada pública. "Vamos identificar a vocação e a potência do
que existe e se a atividade está em consonância com o projeto que estamos
desenvolvendo. A essência das grandes ações é modernizar e instrumentalizar a
agricultura".
A
priorização de investimentos no processos produtivos é o que tem mantido a
geração de emprego e renda, defende Raimundo Martins, presidente da Federação
dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do
Ceará (Fetraece). De acordo com Raimundo, a avaliação ainda é de bastante
preocupação com relação às chuvas e, principalmente, no cultivo de sequeiros,
como milho e feijão. "Acreditamos que se, até o final do mês de abril,
mantivermos a quadra invernosa dentro da média, com exceção do Cariri e parte
do Centro Sul, teremos uma grande produção no Ceará".
O
impacto das ações é sentido diretamente por agricultores como Messias Gomes,
29, da Associação Comunitária Cachoeira Chico Mendes, em Icó. A entidade
recebeu um trator e implementos que devem auxiliar na cadeia produtiva da
região. "O mais forte é a produção de leite, além de arroz, feijão e
milho. O assentamento tem 65 famílias, das quais 48 são beneficiárias do
projeto".
São
José III
20.870
famílias foram atendidas com projetos produtivos, projetos de assistência técnica
e mecanização agrícola e mais 45.130 receberam sistemas de abastecimento d´água
e módulos sanitários.
Previdência
Na
ocasião, Camilo Santana reiterou ser contra a Reforma da Previdência "da
forma como ela está apresentada" devido ao impacto em determinados
setores. "Primeiro que ela não mexa no direito do agricultor da
aposentadoria rural. Não mexer na aposentadoria rural, não mexer nos
professores e não mexer no BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é o
benefício continuado da previdência. São pontos inegociáveis. Apesar de
reconhecer a importância de termos uma Reforma da Previdência no Brasil, são
pontos inegociáveis que sós somos contra", frisou.
Com
informações portal O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.