Governador Camilo Santana assinou acordo com professores no TRT (Foto: Mauri Melo) |
Foi
homologado ontem (08/02) acordo entre o Governo do Ceará e cerca de 674 professores de
nível superior, mediado pela Justiça do Trabalho. O acerto se refere a um
impasse judicial sobre o piso da categoria iniciado há 27 anos. Em precatórios,
cada profissional receberá em torno de R$ 196 mil.
Conforme
o Tribunal Regional do Trabalho no Ceará, a ação foi iniciada em 1992. A
categoria adotou como base o decreto 18.292 (entre 1986 e 1987), do então
governador Gonzaga Mota, que estabeleceu piso salarial para a categoria. O
decreto não foi adotado pelo sucessor, Tasso Jereissati (PSDB).
Os
professores acionaram a Justiça por meio do sindicato, reivindicando o
pagamento de diferenças salariais referentes à implantação do piso. A ação
transitou em julgado até 1996, mas o Estado foi ao STF questionar a competência
da Justiça do Trabalho para julgar o caso. A decisão veio em 2007, a favor dos
professores, contrariando o então governador Cid Gomes (hoje no PDT).
Com
o acordo homologado ontem, conforme números fornecidos pelo procurador do
Estado, João Renato Banhos Cordeiro, se somados, os valores destinados aos
professores em precatórios são estimados em R$ 111,6 milhões do cofre estadual.
Há
ainda o valor de R$ 4 mil referente à Vantagem Pessoal Nominalmente
Identificável (VPNI) para cada um que aderiu ao acordo. Com base nos valores
repassados por Banhos, o impacto passa de R$ 2,4 milhões mensais. Em 12 meses,
portanto, passarão de R$ 29,5 milhões destinados aos profissionais que
aceitaram o acordo.
Os contemplados são
professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade do Vale do
Acaraú (UVA) e da Universidade Regional do Cariri (Urca). Segundo o Sindicato
dos Docentes do Ensino Superior Público do Ceará, 634 professores não aceitaram
os termos propostos.
O
governador Camilo Santana (PT) disse que a conclusão foi positiva para as
partes. "A gente fez um planejamento pra que pudesse honrar esse
compromisso a partir de agora com esses professores que aderiram a esse
acordo". O pagamento, diz o petista, já estará na folha de abril. Ele
espera que, com isso, os demais professores firmem acordo.
A
respeito da influência do Executivo sobre o largo tempo de espera, Camilo diz
que o papel do Governo é defender os "interesses do Estado, que é o
interesse da população cearense". O montante de recursos desse processo,
"da forma que estava, inviabilizava qualquer tipo de acordo", disse.
"Nossa orientação era que se buscasse entendimento", afirmou Camilo
Santana.
Com
informações portal O Povo Online
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