Ainda
não se sabe o que será a tal “Lava Jato” da Educação, anunciada há dias por
Jair Bolsonaro, mas os disparos de mensagens feitos hoje pelo presidente
mostram que se trata de uma ação com viés é nitidamente ideológico, boa razão
para o nome que para ela se escolheu.
“Há
algo de muito errado acontecendo: as prioridades a serem ensinadas (sic) e os
recursos aplicados”, diz ele, para afirmar que
“dados iniciais revelam indícios muito fortes que a máquina está sendo
usada para manutenção de algo que não interessa ao Brasil.”
Se
não fosse o presidente da República, mas um estagiário, o texto seria jogado
fora: não tem os famosos “quem, o quê, onde, quando e como” que se esperam de
uma notícia.
Como
é, porém, lixo oficial, espere-se uma ainda imprevisível ofensiva contra a
Universidade, justamente onde Bolsonaro já antecipa esperar “greves e
movimentos coordenados prejudicando o brasileiro”.
Vejamos
o que o tal Vélez, o energúmeno que dirige o MEC. E o que Moro, o pusilânime,
fara para agradar ao chefe.
Da
Polícia Federal, nada se espere, pois universidade é apenas o lugar chato que
tiveram de frequentar para obter o diploma indispensável ao concurso para
entrar na instituição.
Certamente
podem existir irregularidades numa rede de ensino superior federal que tem,
hoje, perto de 1,3 milhão de vagas.
Infinitamente
menores, claro, que na sonegação de impostos e nas falcatruas bancárias, contra
as quais não se vê a fúria do capitão.
Esperemos
o que vem, mas é nítido que Bolsonaro quer criar um novo “inimigo da Pátria”
que distraia a atenção e possa se ajustar aos recalques e frustrações da
pequena classe média ignorante que o idolatra.
Publicado
originalmente no portal Tijolaço
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