O
presidente Jair Bolsonaro fez, nesta quinta-feira (07/03), um discurso em que
vincula democracia e liberdade à vontade das Forças Armadas. Em uma fala de
pouco mais de 4 minutos na cerimônia de formação de fuzileiros navais no Rio de
Janeiro, o presidente disse que seu governo será exercido ao lado
"daqueles que amam a democracia e a liberdade. E isso, democracia e
liberdade, só existem quando a sua respectiva Forças Armadas assim o
quer".
Figuras
da oposição atacaram o discurso. A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann
(PR), escreveu no Twitter que Bolsonaro "não tem limites na
agressividade", e que a democracia "não é objeto de tutela ou
permissão". Outros parlamentares petistas também atacaram a declaração.
O
líder da oposição na Câmara, deputado Alessando Molon (Rede-RJ), repudiou a
fala do presidente. "Dizer que a democracia e a liberdade só existem
quando as Forças Armadas querem é uma ameaça inaceitável", escreveu o
parlamentar, também no Twitter. Bolsonaro não deu, após o evento, explicações
sobre o sentido de sua fala.
Já
o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), foi procurado pela imprensa em
Brasília e saiu em defesa do presidente. Mourão afirmou que o discurso foi
"mal interpretado". "O que que o presidente quis dizer? Está
sendo mal interpretado. O presidente falou que onde as Forças Armadas não estão
comprometidas com democracia e liberdade, esses valores morrem. É o que
acontece na Venezuela. Lá, infelizmente, as Forças Armadas venezuelanas
rasgaram isso aí", disse o vice
Bolsonaro
também pediu aos militares "sacrifício" em prol da reforma da
Previdência. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma foi enviada
sem a parte que trata das aposentadoria dos militares. Este texto, segundo o
governo, será apresentado em um projeto de lei separado ainda neste mês.
“Peço
também o sacrifício porque entraremos, sim, na nova Previdência, que atingirá
os militares", disse Bolsonaro na cerimônia no Rio. "Mas não
deixaremos de lado e não esqueceremos as especificidades do cargo de vocês.
Temos um ministério firmado por pessoas comprometidas com o futuro do Brasil,
que nos ajudam a conduzir essa grande nação”, disse.
A
ideia do governo é aumentar o tempo de contribuição dos militares de 30 para 35
anos e subir a alíquota de contribuição de 7,5% para 10,5%. Policiais militares
e bombeiros deverão ser submetidos às mesmas regras, pela proposta do
ministério da Economia.
Com
informações portal Congresso em Foco
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