Desde
as grandes manifestações de rua que culminaram no impeachment de Dilma
Rousseff, fala-se em renovação política. O apoio que os referidos movimentos
expressaram em relação à Operação Lava Jato indicam crescente conscientização
da sociedade, que passa a expressar maior repúdio à corrupção e às práticas
imorais que se tornaram lugar-comum na velha política. As velhas raposas de
Brasília e os demagogos populistas já não conseguem manipular facilmente os
eleitores. Hoje, paira sobre todos os políticos uma imensa sombra de
desconfiança e a grande renovação do Congresso junto com a maior renovação da
história do Senado confirmaram esse intenso desejo de mudança.
Aqui
no Ceará tivemos a surpresa de eleger Eduardo Girão. Se o que buscamos são
exemplos de novas e boas práticas, Girão já deu o que falar abrindo mão de
privilégios, dispensando quase todas as regalias a que teria direito como
parlamentar e cortando pela metade o número de assessores. O corte é importante
não apenas pela redução de custo, mas pela maximização de eficiência. Enxugar a
máquina estatal é também uma forma de modernizar a administração pública,
melhorando a capacidade de gestão.
Em
Minas Gerais, herdando do último governador enorme rombo financeiro, Romeu Zema
(partido Novo) prometeu administrar o caos das contas públicas com austeridade.
Começou cortando o número de secretários, que fechou em onze, oito dos quais
foram escolhidos segundo critérios técnicos, por meio de processo seletivo.
A
despeito desses exemplos, muitos insistem nas velhas práticas. A nomeação de
secretários, por exemplo, ainda é usada como moeda de troca para apoio político
e governadores acabam deslocando pessoal técnico para acomodar aliados
derrotados nas urnas, dando margem à manobras e conchavos eleitoreiros já
rechaçados pela sociedade ávida por honestidade, probidade, renovação e boa
gestão.
Mas
as urnas já deram o recado em 2018 e darão novo recado em 2020. A tendência é
que se tenha até lá um eleitor mais consciente, mais exigente e ainda menos
passivo em relação à corrupção e à falta de ética.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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