Bolsonaro, ministros e dirigentes do Congresso Nacional (Foto: Luis Macedo) |
O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), tem demonstrado pressa em iniciar a
tramitação da Reforma da Previdência. Contudo, a recepção da proposta no
Congresso indica que o andamento da matéria não será tão rápido como pretendido
por Maia. Parlamentares da bancada cearense apontam que há mais críticas do que
concordâncias com a proposta.
O
projeto deve ter discussão iniciada na próxima terça-feira (26/02) quando Maia pretende
determinar a instalação da Comissão de Constituição e Justiça. A previsão do
presidente da Câmara, alçado ao cargo com a contribuição do PSL de Bolsonaro, é
de que a reforma possa ser aprovada pelos deputados até o fim do primeiro
semestre.
O
otimismo de Maia não é compartilhado por parlamentares cearenses. O projeto
recebeu críticas desde opositores até daqueles que apoiaram a candidatura de
Bolsonaro e indicavam participação na base aliada. Entre as principais questões
apontadas, as mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação
Continuada (BPC).
"O
projeto está confuso como esses primeiros dias do governo Bolsonaro",
resume André Figueiredo (PDT). Ele caracteriza como uma "perversidade o
que foi feito contra a pessoa mais pobre que precisa do BPC", o que
segundo ele pode resultar em "uma legião de idosos pobres transitando
pelas ruas do Brasil, sem muita perspectiva de vida".
Frase
similar é repetida pelo deputado José Guimarães (PT), que enfatiza o novo tempo
de contribuição necessário para a aposentadoria, de 40 anos. "Como é que
uma pessoa vai ter que trabalhar 40 anos? Qual é a pessoa que vai conseguir se
aposentar?", questiona. Luizianne Lins (PT) corrobora: "Só quem
propõe uma crueldade dessas é quem desconhece totalmente a realidade da classe
trabalhadora".
A
articulação do Executivo dentro do Congresso deve ser outro entrave. "A dificuldade
de tramitação vai existir por conta da insatisfação aqui na Câmara. Os
deputados estão insatisfeitos por uma série de fatores", afirma Capitão
Wagner (Pros). André Figueiredo completa. "Está todo mundo confuso, o
próprio partido do governo não se entende, há dificuldade de articulação".
Defensor
da reforma, o deputado federal Heitor Freire (PSL) concorda com Rodrigo Maia
quanto à previsão de aprovação: ainda no primeiro semestre. "É
importantíssimo a reforma ser aprovada, se não o Brasil entra em colapso. Não é
só credibilidade, mas é de fato dinheiro em caixa, que o Brasil não tem mais
como pagar". Segundo ele, esse "vai ser um projeto que os deputados
que se preocupam com o Brasil vão votar sim", enfatizou.
Mauro
Filho (PDT), ao contrário do que afirmou Figueiredo, garantiu que o PDT vai
lutar para que a contribuição seja das duas formas - do patrão e do empregado.
No
Senado, a tramitação deve ser observada em subcomissão especial para o assunto,
a ser liderada por Tasso Jereissati (PSDB), que não retornou o contato do jornal O
POVO. Também da bancada cearense na Casa, Eduardo Girão (Pros), disse ainda
estar estudando a proposta, mas "se necessário, apontará melhorias"
Com
informações portal O Povo Online
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